Resenha: Bob Weir – Blue Mountain


Ex-guitarrista do Grateful Dead lança novo álbum de inéditas

Bob Weir é dessas lendas do rock que poucas pessoas, basicamente fãs e especialistas, têm noção do talento. Integrante do Grateful Dead do primeiro ao último disco, assim como Jerry Garcia (1942 – 1995), ele levou 38 anos entre o último disco de inéditas como artista solo – Heaven Help the Fool (1978) - até Blue Mountain, novo registro de inéditas, inspirado em sua infância e adolescência de quando trabalhava em um rancho.

É difícil traduzir a beleza melódica do country folk "Only a River". Composta por Josh Ritter, do National, ela caiu como uma luva na voz de Weir. Incrementada por um bonito solo de guitarra, ela fisga quem ouve em uma flechada certeira. Um início promissor é complementado pela também bonita "Cottonwood Lullaby", essa um country mais profundo e triste à Willie Nelson.

Veja também:
Resenha: Bon Iver - 22, A Million
Resenha: Regina Spektor – Remember Us to Life
Resenha: Devendra Banhart - Ape in Pink Marble
Resenha: The Baggios – Brutown
Resenha: Pixies – Head Carrier
Resenha: Bastille – Wild World
Resenha: M.I.A. - AIM

"Gonesville" acelera um pouco mais as coisas, deixando tudo mais animado. Depois vem a sequência formada por "Lay My Lily Down" (mais pesada em letra e melodia), "Gallop on the Run", "Whatever Happened to Rose" (optam por um andamento simples e de teor mais pessoal, mas mantendo a linha country folk das primeiras faixas) e "Ghost Towns" (o lado gospel desconhecido de Weir aparece de maneira bem forte).

Apesar de a música country ser o mote principal do disco, deu para pescar uma referência ao cantor Leonard Cohen em "Darkest Hour". Se não na maneira de cantar ou em como trabalhar a melodia, ao menos no tom bem melancólico da letra. E "Ki-Yi Bossie" chama atenção pelo andamento, em que o cantor vai e volta no tema de seguir sozinho por aí. "Storm Country" traz um tom muito sereno e também melancólico, preenchido pela guitarra chorando na ponte entre os versos. Outra bela faixa. Nas duas últimas, "Blue Mountain" cumpre bem seu papel no álbum e a balada "One More River to Cross" coloca ponto final no trabalho de 12 faixas.

Um talento ainda produzindo, Bob Weir não pode ficar mais tanto tempo sem lançar material de inéditas. Estava fazendo muita falta, porque ele conseguiu colocar todo sentimento nessas canções autobiográficas, contando um pouco de sua própria vida há muito anos. Uma lição de bom disco, bem produzido e bem executado.

Tracklist:

1 - "Only a River"
2 - "Cottonwood Lullaby"
3 - "Gonesville"
4 - "Lay My Lily Down"
5 - "Gallop on the Run"
6 - "Whatever Happened to Rose"
7 - "Ghost Towns"
8 - "Darkest Hour"
9 - "Ki-Yi Bossie"
10 - "Storm Country"
11 - "Blue Mountain"
12 - "One More River to Cross"

Nota: 3,5/5



Gostou do post? Compartilhe nas redes sociais e indique o blog aos amigos!