Resenha: The Kills – Ash and Ice


Duo lançou seu quinto trabalho de estúdio na última sexta-feira

Quem ouviu Blood Pressures, quarto disco de estúdio do Kills, não esquece jamais. Um dos grandes trabalhos de 2011, ele colocou o duo em evidência para uma parcela maior de pessoas que acompanham o mercado musical. Alison Mosshart e Jamie Hince ficaram envolvidos em projetos com outros grupos, mas não abandonaram o principal. Cinco anos depois, eles se juntaram novamente e colocaram no mercado Ash & Ice.

Para quem não está habituado ao som do grupo, o início do trabalho não é dos mais fáceis – e até para quem é fã pode não ser – ao iniciar com "Doing It to Death". Pode-se demorar um pouco para entender a proposta na primeira audição, então dar uma segunda chance será fundamental. Aconteceu isso aqui: ouvi e não gostei na primeira vez, mas melhorou nas seguintes. O refrão grudento e o clima criado pela guitarra ajudam nisso.

Bem mais ao estilo em que eles ficaram conhecidos no início da década, "Heart of a Dog" tem na força do vocal de Mosshart o trunfo na manga para mostrar ao ouvinte que eles não mudar muito o som, o que, nesse caso, é bom. Sabe aquela música em que é possível prever o sucesso quando for tocada ao vivo? É o caso de "Hard Habit to Break", de batida forte e suficientemente dançante para agradar.

"Bitter Fruit" é comum e não consegue se sobressair com relação às outras, e Days of Why and How" traz um momento mais lento em que o vocal atua como fio condutor de tudo. A batida eletrônica pouco importa, o que importa é o vocal sofrido e cheio de amargura ao longo de mais de quatro minutos. Já "Let It Drop" não agrada, é ruim e poderia ficar de fora que ninguém notaria.

Só o duo trabalhando voz e guitarra deixou uma ótima sensação em "Hum for Your Buzz", tão crua que dói na alma, e "Siberian Nights" retoma o ritmo habitual do Kills, enquanto "That Love" é aquela balada no piano feita para arrancar corações. Alison Mosshart é uma das poucas cantoras na atualidade que conseguem cantar esse tipo de música sem o menor esforço.

"Impossible Tracks" pode não engatar na primeira audição, mas agrada mais na segunda – outra para não pular se não gostar, melhor dar uma segunda chance. Na parte final, temos duas comuns ("Black Tar" e "Echo Home") e a nada comum "Whirling Eye", um encerramento muito bom.

O disco é bom, mas poderia ser ainda melhor. Há músicas que ficarão para sempre no repertório da banda, outras serão descartadas como meias velhas. E não se engane, não é um trabalho fácil. Apesar disso, vale a pena dar uma chance.

Tracklist:

1 - "Doing It to Death"
2 - "Heart of a Dog"
3 - "Hard Habit to Break"
4 - "Bitter Fruit"
5 - "Days of Why and How"
6 - "Let It Drop"
7 - "Hum for Your Buzz"
8 - "Siberian Nights"
9 - "That Love"
10 - "Impossible Tracks"
11 - "Black Tar"
12 - "Echo Home"
13 - "Whirling Eye"

Nota: 3/5



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