Resenha: Rokia Traoré – Né So


Sexto disco da cantora saiu há pouco mais de um mês

A cantora malinesa Rokia Traoré é filha de um diplomata que vivia viajando entre os anos 1970 e 1990. Por isso, a ainda não cantora foi exposta a todo tipo de cultura e diversidade enquanto crescia, fomentando sua motivação para tentar alguma coisa nas artes. Apesar de não ser encorajada a seguir, firmou-se como cantora e ganhou o prêmio de revelação de uma rádio francesa em 1997. A carreira só decolou depois disso. Né So é seu sexto álbum de estúdio, lançado em fevereiro.

Traoré inicia o trabalho com "Tu Voles", faixa dançante e que usa bem os ritmos do oeste da África – um belo começo, sem dúvida. Mais densa e mais próxima da música tradicional local, "Obikè" tem uma parte instrumental que chama a atenção por ficar bem próxima do improviso. O vocal de apoio dá muita força para letra de "Kènia", aliada com o ritmo contagiante e refrão grudento.

O ritmo e a delicadeza de "Amour" transformam a canção em um bonito soul, enquanto "Mayé" é leve, profunda e cheia de nuances – a delicada seção de cordas consegue ditar todo ritmo. "Ilé" retoma o ritmo dançante, mas mantém a leveza necessária para dar tempo de apreciar a música como um todo. "Ô Niélé" mantém o ritmo da anterior, diferente de "Kolokani" – essa de refrão grudento e suave.

Traoré dá todo um refinamento R&B para "Strange Fruit", primeira de duas músicas em inglês do trabalho. A bonita faixa-título abre para o quase hino "Sé Dan", momento em que a cantora pede união, paz e respeito entre os povos. Um ótimo final para um bom disco, que consegue trazer muito da música do Mali para o mundo.

Conhecer outras culturas é um bom exercício. E Rokia Traoré consegue fazer isso em pouco menos de uma hora. Ótima cantora que fez um bom trabalho.

Tracklist:

1 - "Tu Voles"
2 - "Obikè"
3 - "Kènia"
4 - "Amour"
5 - "Mayé"
6 - "Ilé"
7 - "Ô Niélé"
8 - "Kolokani"
9 - "Strange Fruit"
10 - "Né So"
11 - "Sé Dan"

Nota: 3,5/5



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