Resenha: Coldplay – A Head Full of Dreams


Dizem que A Head Full of Dreams é o último disco do Coldplay. A mesma banda que lançou os péssimos Mylo Xyloto (2011) e Ghost Stories (2014) em quatro anos, mas também colocou no mercado os ótimos Parachutes (2000) e A Rush of Blood to the Head (2002). Mas a queda de nível e a mudança de sonoridade para atingir cada vez mais gente acabaram fazendo da banda inglesa uma incógnita com o passar do tempo e a, cada vez mais, ser ignorada por boa parte do público e da crítica.

O estilo épico de "A Head Full of Dreams" tem aquele potencial imenso para conquistar as arenas do mundo durante as apresentações, além de ter uma pegada de início de show mesmo. Aqui, o Coldplay traz tudo que ele desenvolveu de pior nos últimos anos. Os efeitos exagerados fazem de "Birds" trilha sonora de algum filme da Disney – e parece que a banda virou isso nos últimos anos.

Emendando na anterior, "Hymn for the Weekend começa com a voz de Beyoncé, mas não adianta absolutamente nada. É mais uma daquelas de tom épico que não chega a fazer cócegas de tão ruim, já "Everglow" é aquela típica balada no piano para fazer qualquer fã chorar enquanto vê Chris Martin tocando. A melhor do disco é mesmo "Adventure of a Lifetime", o que não significa nada em um emaranhado de canções ruins.

Outra no melhor estilo Coldplay dos últimos anos, "Fun" tem aquele refrão grudento e aquele ‘uhhhhhh’ para grudar na cabeça de vez, e "Kaleidoscope", a que tem a participação de Barack Obama citando parte de Amazing Grace, de John Newton. Até que ficou interessante, uma pena que seja seguida pela pavorosa "Army of One”, longa, ruim e um resumo do que virou a banda nos últimos dez anos.

"Army of One" é sem sal e sem graça, e é seguida pela bonitinha "Amazing Day", quase relembrando os bons momentos deles em estúdio. Quase. A insignificante instrumental "Colour Spectrum" abre para "Up&Up", mais uma daquelas grudentas que o grupo se especializou em lançar nos últimos anos.

Se no último disco, escrevi que o Coldplay viveria de single, acertei. Mais uma vez, a banda colocou no mercado um disco inconsistente, monótono e repleto de problemas em 80% dele, salvo as melhores faixas. É um fim melancólico para quem apareceu há 15 anos. Dá até para comparar com Robinho, jogador de futebol: muito se esperava dele no início e a expectativa era enorme, mas, hoje, não passa de um jogador que não cumpriu o prometido. O Coldplay é a mesma coisa. Ao tentar atingir mais gente com a mudança de sonoridade lá por 2006, 2007, eles até ganharam mais fãs, porém perderam qualidade musical – o que realmente importa.

Tracklist:

1 - "A Head Full of Dreams"
2 - "Birds"
3 - "Hymn for the Weekend"
4 - "Everglow"
5 - "Adventure of a Lifetime"
6 - "Fun" (featuring Tove Lo)
7 - "Kaleidoscope"
8 - "Army of One"
9 - "Amazing Day"
10 - "Colour Spectrum"
11 - "Up&Up"

Nota: 1/5



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