Resenha: Natalie Imbruglia – Male


A carreira de Natalie Imbruglia é dividida entre ser cantora e ser atriz, por isso ela passa longos períodos sem gravar. Mas seu maior intervalo entre um disco e outro foi entre Come to Life e Male, colocado no mercado no final de julho, e primeiro álbum apenas com composições de outros cantores – dessa ou de gerações mais antigas.

De cara, o cover acústico de "Instant Crush" ficou muito, muito interessante. É o tipo de releitura que cabe na faixa, lançada pelo Daft Punk com colaboração de Julian Casablancas no trabalho mais recente do duo. O ritmo imprimido depois do início, mais acelerado, casa bem na voz da cantora. Surpreendentemente, é uma boa abertura. Toda no piano, “Cannonball", de Damien Rice, é muito diferente da original. Aqui, a opção por colocar um piano como principal instrumento deu ainda mais melancólica a uma canção triste por si só.

Já a versão de "The Summer", originalmente composta e cantada por Josh Pyke, ganhou uma versão mais animada e para cima, diferente da original – acústica e bem mais melancólica –, e "I Will Follow You into the Dark" ganhou traços mais pesados no violão, mas não ficou muito distante da original, soando quase uma réplica do que uma versão propriamente dita. Em "Goodbye in His Eyes", até que o clima country foi reproduzido bem. E só.

Quando li que "Friday I'm in Love faria parte desse disco, não só o pé foi para trás, mas o corpo inteiro. Ao ouvir a releitura da canção, agora um country animado, ficou bem digno o trabalho feito. Obviamente, não se compara com a original em nenhum aspecto. Ruim mesmo ficou a versão de "Naked as We Came", que não ganhou nada de novo ou diferente, enquanto "Let My Love Open the Door”, de Pete Townshend, ficou apenas ‘ok’.

"Only Love Can Break Your Heart" ganha uma clareza vocal, graças à boa voz de Natalie Imbruglia – claro que a versão de Neil Young é insuperável, porém o trabalho é bem digno aqui. Em "I Melt with You" acontece o mesmo: não é uma versão que supera a original, mas o trabalho vale. O nível é mantido nas duas últimas ("The Waiting" e "The Wind"). No final da audição, temos um disco digno e bom de ouvir, mas nada além disso. Não é genial, nem incrível, muito menos fantástico. É digno.

Tracklist:

1 - "Instant Crush" (Guy-Manuel de Homem-Christo, Thomas Bangalter e Julian Casablancas) (Daft Punk featuring Julian Casablancas)
2 - "Cannonball" (Damien Rice)
3 - "The Summer" (Josh Pyke)
4 - "I Will Follow You into the Dark" (Ben Gibbard) (Death Cab for Cutie)
5 - "Goodbye in His Eyes" (Zac Brown, Wyatt Durette, John Driskell Hopkins e Sonia Leigh) (Zac Brown Band)
6 - "Friday I'm in Love" (Perry Bamonte, Boris Williams, Simon Gallup, Robert Smith e Porl Thompson) (The Cure)
7 - "Naked as We Came" (Samuel Beam) (Iron & Wine)
8 - "Let My Love Open the Door" (Pete Townshend)
9 - "Only Love Can Break Your Heart" (Neil Young)
10 - "I Melt with You" (Robbie Grey, Gary McDowell, Richard Brown, Michael Conroy e Stephen Walker) (Modern English)
11 - "The Waiting" (Tom Petty) (Tom Petty and the Heartbreakers)
12 - "The Wind" (Cat Stevens)

Nota: 3/5


Veja também:
Resenha: Vintage Trouble – 1 Hopeful Rd.
Resenha: Richard Thompson - Still
Resenha: Giorgio Moroder – Déjà Vu
Resenha: Joe Satriani – Shockwave Supernova
Resenha: Ana Cañas – Tô Na Vida
Resenha: Wolf Alice – My Love Is Cool
Resenha: Mitchel Forman Trio - Puzzle