Resenha: Millencolin – True Brew


É incrível imaginar a duração do Millencolin, pensando em como as coisas mudam muito no mundo da música. Desde 1992 em atividade, o grupo lançou sete discos entre 1994 e 2008, fazendo muito sucesso entre adolescentes – isso aconteceu principalmente no final dos anos 1990 e início dos anos 2000, e lembro bem de amigos na escola os ouvindo diariamente.

A banda soltou nos serviços de streaming True Brew, seu mais novo trabalho de inéditas, quebrando um hiato de sete anos. Se você pensa que eles mudaram de estilo, pode tirar o cavalo da chuva logo na primeira faixa, chamada "Egocentric Man". Parte instrumental veloz, pegada bem hardcore e o vocal sempre inspirado de Nikola Šarčević.

Uma coisa clara no álbum é a duração das músicas. Em sua maioria, elas não chegam aos três minutos e, basicamente, mantém um mesmo estilo e linha: início, refrão, segunda parte, refrão, uma terceira parte, refrão e fim. Um exemplo disso são "Chameleon" e "Autopilot Mode", que vem logo na sequência da primeira canção – um modelo simplório. E eles ainda transmitem algo aos adolescentes em "Bring Me Home", que faria sucesso tranquilamente há 15 anos.

Apesar de ter um ritmo empolgante, "Sense & Sensibility" soa muito uma repetição de tudo feito por eles nos últimos anos e, até por isso, é bem passável. Sexta música, "True Brew" traz uma visão interessante sobre entrar na faculdade e como essa geração que tem entre 16 e 20 anos só quer viver e muitos não tem certeza do que fazer de suas vidas mesmo quando escolhem um curso para fazer depois da escola. Se "Perfection Is Boring" não empolga, também por ser uma repetição de outras coisas, "Wall of Doubt"... Também não.

"Something I Would Die For" soa aquela letra escrita por um adolescente que fez uma banda e ainda está tentando o sucesso, e "Silent Suicide" não foge muito dessa regra – uma letra escrita por alguém com 16 anos. "Man of 1000 Tics" traz a história de homem que não sabe o que tem e não espera se curado, por isso é conhecido pelos mil tiques. Por fim, "Mr. Fake Believe" e "Believe In John" (melhor canção do álbum, momento usado para homenagear e refletir sobre o que disse John Lennon em “God”).

É um disco para quem ainda não cresceu ou é adolescente. Repetitivo e, em alguns momentos, chato, True Brew é aquele álbum que não desagradará a base de fãs do grupo. Isso é bem justo. Mas não me peçam para gostar, porque aí já é pedir muito.

Tracklist:

1 - "Egocentric Man"
2 - "Chameleon"
3 - "Autopilot Mode"
4 - "Bring Me Home"
5 - "Sense & Sensibility"
6 - "True Brew"
7 - "Perfection Is Boring"
8 - "Wall of Doubt"
9 - "Something I Would Die For"
10 - "Silent Suicide"
11 - "Man of 1000 Tics"
12 - "Mr. Fake Believe"
13 - "Believe In John"

Nota: 2/5


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