Resenha: Peace – Happy People


Quando aparece uma banda inglesa que a NME coloca na capa de sua revista semanal, é inevitável que o mundo inteiro vá ouvi-la para saber se é tudo isso mesmo (proj. ex-lateral Léo). O Peace é exatamente esse caso: ninguém tinha a mais vasta ideia de quem eram até o semanário inglês falar dele.

In Love, primeiro álbum deles, foi lançado em 2013 e chegou ao 16º posto nas paradas do Reino Unido – o que não deixa de ser um feito e tanto. E apesar de ser óbvio lançar um disco em 2014, eles não fizeram isso, deixando Happy People para o início de 2015.

O Peace começa o disco com uma canção com potencial de single de sucesso: "O You" tem um quê de Foster The People mais lento, letra fácil e melodia acompanhável. De cara, quem gosta de Maccabees, Foals e Bombay Bicycle Club comprará a banda. E "Gen Strange", segunda faixa, fará muito sucesso nas pistas de baladas na Rua Augusta, em São Paulo, por ser dançante exatamente do jeito que o indies gostam.

Mantendo o embalo da dança, "Lost on Me" tem aquela guitarra mais agitada e um refrão que gruda na cabeça por seis dias seguidos, porém em "Perfect Skin" temos aquele tipo de canção feita para o público cantar junto e pular nos momentos instrumentais. O ritmo diminui bem em "Happy People", essa, sim, quase uma cópia do trabalho do Foster The People – até a voz fina está igual.

Daí em diante, a coisa degringola de vez. A balada acústica "Someday" só não é mais óbvia que 50 Tons de Cinza ser um filme ruim. Que música chata e insuportavelmente ruim, e o mesmo acontece com "Money", outra que o tom pop deve agradar meninas de 12 anos. Finalizando o trio desastre, "I'm a Girl" não funciona e é bem sem graça.

Mais uma balada, "Under the Moon" é bonitinha, mas bem ordinária em sua concepção. Décima e última canção do disco, "World Pleasure" tenta ser épica, dançante, pop, eletrônica e boa ao mesmo tempo, e não dá para ser tudo isso. quer dizer, até dá, porém tudo precisa ficar perfeitamente encaixado, simples e bom. Não é o caso.

O novo trabalho do Peace começa bem, dançante, alegre e com guitarra a pleno vapor. O problema que o ritmo diminui tanto na segunda metade, que fica estranho – tão estranho, que dá até para afirmar que são bandas diferentes. Não será difícil vê-los fazendo sucesso, uma pena que o álbum não seja tão bom assim.

Tracklist:

1 - "O You"
2 - "Gen Strange"
3 - "Lost on Me"
4 - "Perfect Skin"
5 - "Happy People"
6 - "Someday"
7 - "Money"
8 - "I'm a Girl"
9 - "Under the Moon"
10 - "World Pleasure"

Nota: 2,5/5


Veja também:
Resenha: 24Pesos – Do The Right Thing
Resenha: Father John Misty - I Love You, Honeybear
Resenha: Pneu - Destination Qualité
Resenha: Jair Naves – Trovões A Me Atingir
Resenha: John Carpenter – John Carpenter’s Lost Themes
Resenha: Vijay Iyer Trio – Break Stuff
Resenha: Elenowen – For The Taking

Siga o blog no Twitter, Facebook, Instagram, no G+, no no Tumblr e no YouTube

Gostou do conteúdo? Compartilhe nas redes sociais!