Resenha: 24Pesos – Do The Right Thing


Por Gabriel Carvalho

Na primeira vez que se ouve o nome 24Pesos (assim mesmo, sem espaço), o que vem à mente é que se trata de um grupo de origem latina. No entanto, a banda é do Reino Unido - Julian Burdock (guitarra e vocais), Silas Maitland (baixo), Moz Gamble (órgão/teclado) e Mike Connelly (bateria) formam o 24Pesos, que lançou o primeiro disco, The Boogie Worm, em 2008. 

Desde então, além de mais dois discos lançados – Busted Broken and Blue (2010) e When The Ship Goes Down (2012) – eles foram indicados para premiações de Blues no Reino Unido e adquiriram boa reputação em toda a Europa, com apresentações cheias de energia.

Após praticamente três anos sem lançar algum material novo, o 24Pesos mostra ao mundo seu quarto disco, Do The Right Thing. Neste registro, a banda procurou expandir ainda mais seus horizontes, dando continuidade ao que pôde ser visto no disco anterior. Tudo começa com uma pegada rock em “Step Back” – que, se não compromete, também não empolga, embora apresente ao ouvinte o approach intenso de Burdock em relação aos solos de guitarra.

Na sequência, vem a funkeada “Won’t Lie Down”, em que o baixo comanda as ações e provê boa parte do groove da canção. Aquele blues calmo com slide guitar é uma boa definição para “Rise Up”, que poderia ser um pouquinho mais curta. “Clap Hands” tem versos bluegrass e refrão rock, mistura que acaba não funcionando tão bem assim, embora o solo de guitarra acabe pesando positivamente na avaliação final da canção.

“The Good Lord Did” traz de volta o funk é e uma das melhores do álbum, finalmente colocando em destaque o Hammond de Gamble. “Need Somebody” é uma balada com violão “dobro” que não acrescenta muita coisa. Daqui pro final do disco, as coisas melhoram significativamente: “Night Train” é um blues-rock com refrão marcante e belos solos de slide guitar executados por Burdock; “If You Want It” é uma “puxada de orelha” naqueles que acham que as coisas caem do céu e tem uma melodia divertida, além de solos marcantes de gaita e de guitarra.

“Do The Right Thing” também tem uma pegada blues-rock (mais blues do que rock) com Hammond por todos os lados e empolga, mas é “Boom Boom” que realmente pega o ouvinte de jeito: a faixa que encerra o disco é blues “na veia”, com Burdock usando e abusando do Wah-Wah nos solos.

Interessante notar que o disco só embala mesmo quando a banda procura se manter mais próxima do gênero que a colocou em evidência. Não que a incursão por outros ritmos seja um erro e que as canções sejam ruins, mas quando a banda decide tocar blues, ela se torna uma ótima pedida.

Tracklist:

1 – “Step Back”
2 – “Won’t Lie Down”
3 – “Rise Up”
4 – “Clap Hands”
5 – “The Good Lord Did”
6 – “Need Somebody”
7 – “Night Train”
8 – “If You Want It”
9 – “Do The Right Thing”
10 – “Boom Boom”

Nota: 3,5/5

Veja também:
Resenha: Father John Misty - I Love You, Honeybear
Resenha: Pneu - Destination Qualité
Resenha: Jair Naves – Trovões A Me Atingir
Resenha: John Carpenter – John Carpenter’s Lost Themes
Resenha: Vijay Iyer Trio – Break Stuff
Resenha: Elenowen – For The Taking
Resenha: The Sidekicks – Runners In The Nerved World

Siga o blog no Twitter, Facebook, Instagram, no G+, no no Tumblr e no YouTube

Gostou do conteúdo? Compartilhe nas redes sociais!