Resenha: Simple Minds – Big Music


"Don't You (Forget About Me)" não é apenas o maior sucesso do Simple Minds, também é uma das músicas que melhor representam os anos 1980 e tudo que aconteceu há quase 30 anos. Entre 1985 e 1991, esses escoceses estiveram entre as maiores bandas do mundo, lotando estádio e ganhando milhões com vendas de discos e singles.

Mas nem tudo dura para sempre, e eles logo ficaram esquecidos no canto. O interessante é que nunca houve uma pausa por mais de seis anos, então quase sempre havia material inédito deles. Até que o Simple Minds foi redescoberto pela geração que cresceu nos anos 1990 e 2000 (eu) e conseguiu sobreviver bem nesses últimos 14, 15 anos. Big Music é o 16º disco de estúdio, lançado recentemente.

Para começar batendo na mesma tecla que bato há semanas: um disco com mais de 40 minutos, hoje em dia, precisa ser muito bem justificado ou só pode ter músicas excelentes. Do contrário, é pura perda de tempo. Estamos em uma época da indústria musical em que menos é mais – um retorno ao passado, basicamente. Um álbum no século 21 precisa ser, no mínimo, cheio de hits e boas canções. Se não, não vira.

O Simple Minds consegue, como poucos, usar bem os sintetizadores para criar um bom clima inicial em sua canções. "Blindfolded" tem um quê absurdo de anos 1980 nela. Uma pena que é muito longa, mas isso não estraga esse bom início. Outra que traz esse clima das antigas é a dançante "Midnight Walking", assim como "Honest Town". O primeiro terço do trabalho termina com a faixa-título. Diferente das outras, ela usa mais elementos e um pouco mais instrumentos, como violão e bateria.

Até aqui, não havia nenhuma canção excelente. Então chegou "Human", seu refrão grudento e sua melodia para lá de animada. É a melhor de Big Music. Na trinca "Blood Diamonds", "Let The Day Begin" e "Concrete And Cherry", o Simple Minds apostou muito na melodia e no clímax das faixas. Funciona bem, não mais do que isso. "Imagination" traz novamente o clima dançante à Simple Minds, já "Kill Or Cure" é a pior de todas. Parece mais um poperô sem graça dos anos 1990 e totalmente descartável. "Broken Glass Park" e "Spirited Away", as duas últimas faixas, encerram bem o álbum.

Não é um disco espetacular, mas é muito competente como um trabalho pop. O Simple Minds demonstra que é possível continuar bem sem mudar muito ou sem ficar dez anos sem aparecer para ganhar milhões em turnês para fãs obcecados. Que continuem assim.

Tracklist:

1 - "Blindfolded"
2 - "Midnight Walking"
3 - "Honest Town"
4 - "Big Music"
5 - "Human"
6 - "Blood Diamonds"
7 - "Let The Day Begin"
8 - "Concrete And Cherry Blossom"
9 - "Imagination"
10 - "Kill Or Cure"
11 - "Broken Glass Park"
12 - "Spirited Away"

Nota: 3/5



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