Resenha: Sunn O))) and Ulver - Terrestrials


Por Giovanni Cabral

A música de vanguarda move o mundo, sempre foi assim. Em 1969, Frank Zappa e o King Crimson viraram o planeta de cabeça para baixo ao lançarem Hot Rats e In The Court of Crimson King, respectivamente. Essas obras não mereciam ser classificadas como futuristas, mas o reflexo do contexto musical no cérebro de alguns músicos geniais. E isso se repete atualmente com as duas bandas desta resenha.

O Ulver é uma banda norueguesa, criada em 1993, que no seu início demonstrou ser uma das mais promissoras bandas de Black Metal, com três grandes registros no estilo. Mas tudo começou a tomar uma nova direção a partir de Themes from William Blake's The Marriage of Heaven and Hell, de 1988, associando vastos elementos experimentais e progressivos. 

Estes noruegueses foram aprimorando o seu som com toques de ambiente, eletrônica, krautrock, psicodelismo e música clássica, culminando no aclamado Messe I.X-VI.X, de 2013, com a Tromsø Chamber Orchestra. Já os californianos do Sunn O))) são um dos projetos mais inexplicáveis da história. Tudo se resume a riffs lentos e repetitivos, mas seu som faz com que o ouvinte perca facilmente a noção da passagem do tempo.

O Sunn O))) é formado por Greg Anderson e Stephen O’Malley, que se alternam em diversos instrumentos, enquanto o Ulver é formado por Kristoffer Rygg (vocais e programações adicionais), Jørn H. Sværen (instrumentos variados), Daniel O’Sullivan (guitarra, baixo e teclados) e Tore Ylwizaker (programação e teclados). E eles se uniram para Terrestrials.

O álbum foi gravado entre 2008 e 2012, em Oslo. E ao longo dos 35 minutos, o ouvinte é levado por camadas sombrias e delicadamente penetrantes. "Let There Be Light" inicia o álbum crescendo a cada minuto. Cheia de trompetes, guitarras, sintetizadores e tambores, dá a impressão que uma explosão sonora pode acontecer a qualquer instante, mas evidentemente isto não ocorre. "Western Horn" tem mais a cara do Sunn O))) com seus drones sinistros – a  sensação é de estar apreciando a paisagem de um abismo negro, onde qualquer mudança na tonalidade da escuridão se torna algo sufocante. Já "Eternal Return" possui inúmeros momentos distintos em seus longos 14 minutos: sons industriais, violinos, pianos, vozes melodramáticas. Tudo até chegar a um dissonante grand-finale.

Tracklist:

1 - "Let There Be Light"
2 - "Western Horn"
3 - "Eternal Return"

Nota: 5/5



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