Resenha: Oumou Sangaré – Mogoya


É o primeiro disco de inéditas da cantora do Mali desde 2012

A cantora Oumou Sangaré é um nome dos mais conhecidos no Mali, sua terra natal, por representar um gênero muito popular na África Ocidental: o Wassoulou. Esse estilo musical é muito tradicional na região, sendo inclusive mote de estudos e teses sobre a música regional local. Com características muito próprias, ele ganhou uma importante representante na Europa quando Sangaré começou a fazer sucesso na França. Mas ela já reconhecida por seu talento ainda na infância, quando, cantando nas ruas, ajudava no sustento de sua família.

Neste novo trabalho, o primeiro de inéditas em cinco anos, ela retoma o estilo que a consagrou: a forte influência da música local e como o acréscimo de novos elementos a deixaram mais forte. A primeira faixa do álbum, por exemplo, traz essa deliciosa música de uma região ainda pouco explorada pelos especialistas. Em "Yere Faga", com participação do gênio Tony Allen na percussão, tem um lado mais sombrio e melancólico, e mostra como a junção de ótimos músicos não tem como dar errado.

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"Fadjamou" apresenta um ritmo mais dançante com apoio da percussão, enquanto em "Mali Niale" é possível destacar como a força vocal de Sangaré é impressionante. Ela canta sem fazer força, o que é sempre ótimo para mostrar o completo domínio que ela tem da situação. O acréscimo de um tom eletrônico em "Kamelemba" mostra como a cantor está disposta a pegar todo tipo de nova influência, desde que isso não atrapalhe sua origem e preferência musical.

As opostas "Djoukourou" e "Kounkoun" se complementam muito bem ao mostrar dois lados de uma mesma proposta musical. Apoiadas em arranjos diferentes, acabam mostrando coisas fascinantes da música do Mali. O ritmo dançante de "Minata Waraba" e a melancolia de "Mogoya" encerram esse novo registro da cantora.

Sinceramente, não conhecia o trabalho de Oumou Sangaré. Mas, por esse álbum, foi um erro que não cometerei mais. É sempre muito legal descobrir uma novidade, pelo menos pra mim, na música. E sempre vou achar ainda mais legal quando é um nome da música africana. Sangaré consegue mostrar referências à sua terra natal sem tirar o olho de influências positivas em sua música. Ela entrega um ótimo disco, e me fará prestar mais atenção nos próximos passos.

Tracklist:

1 - "Bena Bena"
2 - "Yere Faga" (feat. Tony Allen)
3 - "Fadjamou"
4 - "Mali Niale"
5 - "Kamelemba"
6 - "Djoukourou"
7 - "Kounkoun"
8 - "Minata Waraba"
9 - "Mogoya"

Nota: 4/5



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