Resenha: Boogarins – Manual


Boogarins é a banda brasileira do momento nas revistas internacionais. Do jornal americano New York Times até a publicação inglesa NME, muitos estão conhecendo e gostando do som psicodélico do grupo de Goiânia. Depois do excelente e aclamado As Plantas que Curam, de 2013, eles lançaram ainda no fim de outubro Manual, o aguardado segundo disco de estúdio.
  • Gravadora: StereoMono
  • Lançamento: 30 de outubro
  • Produção: Boogarins
  • Duração: 43min
O tom psicodélico já começa na curta instrumental "Truques", faixa em que a guitarra distorcida dá todo efeito e ajuda a construir o álbum na cabeça do ouvinte logo de cara, depois vem “Avalanche” – quase uma continuação. Daí a banda realmente abre o disco, contando com força, um refrão grudento (canto há algumas semanas) e um tom quase pop, mas sem sair da base que conquistou o ouvido de muitas pessoas.

A bonita “Tempo” tem um quê de Tame Impala em português, só que, no caso, os brasileiros usam mais o artifício da guitarra pesada e mais crua para quase fazer um refrão instrumental – isso tudo na primeira metade. Depois a canção ganha mais fluidez e mantém um ritmo interessante até o final, e "6000 Dias" tem uma pegada interessante, mas a parte instrumental é de arrebentar e fazer jus ao sucesso deles atualmente.

Ao melhor estilo “A Day in the Life”, dos Beatles, "Mario de Andrade/Selvagem" são duas canções em uma só. A diferença entre as duas é não haver nenhum ponto em que as duas partes se amarram ou se juntam, sendo realmente duas coisas diferentes unidas em uma só. "Benzin" tem uma letra muito bonita, mas o que chama atenção mesmo é a ótima linha de baixo, uma aula para quem deseja iniciar no instrumento. E outra boa para isso é a instrumental “San Lorenzo”, aquela canção para relaxar enquanto está no ônibus ou preso no trânsito em algum lugar do mundo.

Mantendo a linha, “Cuerdo” é melancólica e até simples se comparada com outras dentro do trabalho, e a letra é repetitiva, então a identificação pode acontecer de maneira mais densa e direta. Uma imensa mistura de sons faz de "Sei Lá" a mais experimental de todas, e a simples e competente "Auchma" arremata o disco.

O resultado desse novo disco do Boogarins é muito bom. Dentro do que a banda apresenta e gosta de fazer, eles fizeram um álbum excelente e colocaram o que têm de melhor. A psicodelia brasileira ganhou um nome de peso agora consumado. Que o Boogarins siga assim.

Tracklist:

1 - "Truques"
2 - "Avalanche"
3 - "Tempo"
4 - "6000 Dias"
5 - "Mario de Andrade/Selvagem"
6 - "Falsa Folha de Rosto"
7 - "Benzin"
8 - "San Lorenzo"
9 - "Cuerdo"
10 - "Sei Lá"
11 - "Auchma"

Dinho Almeida: vocal e guitarra
Benke Ferraz: guitarra
Raphael Vaz: baixo
Ynaiã Benthroldo: bateria

Nota: 4,5/5



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