Resenha: Unknown Mortal Orchestra – Multi-Love


Os cincos anos de atividade da Unknown Mortal Orchestra, formada pelo guitarrista Ruban Nielson, o baixista Jake Portrait e o baterista Riley Gear, já serviram para colocá-la entre as bandas revelações que deram certo com o passar do tempo. Com dois discos lançados (Unknown Mortal Orchestra, de 2011, e II, de 2013), eles tocam nos principais festivais de música do mundo em bons horários, mostrando que estão agradando mesmo ao público.

Lançado na semana passada, Multi-Love é o terceiro trabalho de estúdio deles. E não deixa de ser interessante ver até que ponto um grupo relativamente novo pode chegar em sua carreira no século 21 – com redes sociais e inúmeras possibilidades de divulgar suas canções. Ao começar a faixa-título com uma introdução instrumental e acelerar isso à frente, a Unknown Mortal Orchestra mostra uma capacidade interessante em brincar com instrumentos e melodias.

A curtinha e dançante "Like Acid Rain" funciona como abertura para "Ur Life One Night". Com cara de single de sucesso, a terceira faixa do álbum consegue coloca o ouvinte para dançar junto em seus mais de quatro minutos, sendo a melhor de todo álbum. Uma pena que isso não se refletiu em "Can’t Keep Checking My Phone", que é um indie dançante ruim e nada empolgante.

"Extreme Wealth and Casual Cruelty" poderia ser melhor, principalmente o vocal – cheio de efeito, atrapalha muito o andamento da melodia, que carrega um quê experimental muito interessante. O ótimo refrão de "The World Is Crowded" ajuda a colocar a canção em um bom patamar dentro do disco, além da ótima levada suave e tranquila, beirando o soul.

O ar psicodélico de "Stage or Screen" não impressiona muito porque há bandas/músicos fazendo coisas iguais e/ou melhores, mas até que quebra o galho. A leve "Necessary Evil", com sua parte instrumental suave depois do refrão, encaminha para o final do disco ("Puzzles"), iniciando acústico, porém caminha para algo mais forte e denso – principalmente na letra.

É aquele disco que entra na categoria “poderia ser melhor”. Algumas coisas me incomodaram, outras são muito boas. Balanceando tudo, as coisas boas acabam superando as ruins de maneira geral, mas não é um disco que marcará a carreira do grupo.

Tracklist:

1 - "Multi-Love"
2 - "Like Acid Rain"
3 - "Ur Life One Night"
4 - "Can’t Keep Checking My Phone"
5 - "Extreme Wealth and Casual Cruelty"
6 - "The World Is Crowded"
7 - "Stage or Screen"
8 - "Necessary Evil"
9 - "Puzzles"

Nota: 3/5


Veja também:
Resenha: Tal National - Zoy Zoy
Resenha: Hugo Fernandez - Cosmogram
Resenha: Blanck Mass – Dumb Flesh
Resenha: The Vaccines – English Graffiti
Resenha: Fool’s Gold – Flying Lessons
Resenha: Hot Chip – Why Make Sense?
Resenha: Paul Weller – Saturns Pattern