Crítica: Bar Italia - The Twits

Uma das coisas mais fascinantes em trabalhar com música é ver a facilidade com que determinadas bandas ou artistas são colocadas em altos patamares ao longo dos meses — muitas vezes, antes mesmo de um álbum de estreia. Com os ingleses do Bar Italia, parte da imprensa comprou o 'hype' e divulga a banda como uma espécie de nova sensação desse ano de 2023, já próximo do fim.

Com os dois primeiros álbuns lançado pela gravadora World Music, rapidamente chamaram a atenção da prestigiada Matador, que assinou um contrato com eles, que não perderam tempo e colocaram na praça dois trabalhos pelo selo. "The Twits" é o segundo, disponibilizado recentemente nos serviços de streaming.

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"My Little Tony": logo nos primeiros versos, é difícil não gostar da vocalista italiana Nina Cristante e como o vocal dela casa bem com os resto do trio formado por Sam Fenton e Jezmi Fehmi. É um ótimo começo para eles.

"Real House Wibes (Desperate House Vibes)": o lado melancólico surge em uma canção de andamento lento e propícia para ser tocada em uma casa de shows que cabe, no máximo, 300 pessoas se acumulando para ouvi-los.

"Twist": um dos trunfos do Bar Italia é ter três vocalistas, e isso ajuda no equilíbrio das músicas. Nessa em especial, começar com um vocal feminino e encerrar com o peso de um vocal masculino faz diferença no impacto da faixa.

"Worlds Greatest Emoter": emulando o rock do início dos anos 2000, a quarta canção é cheia de guitarras e tem como destaque a ponte instrumental entre a primeira e a segunda parte.

"Calm Down with Me": mais uma balada com destaque para guitarra e o vocal dividido dominando mais uma vez.

"Shoo": o ar etéreo faz toda diferença e acaba soando diferente do resto do trabalho, mesmo sendo mais uma balada na sequência da outra, quando o lo-fi começa a dominar o disco.

"Que Suprise": sinceramente? Se não estivesse no álbum, não faria muita diferença por ser muito parecida com a anterior.

"Hi Fiver" e "Brush w Faith": na onda das duas anteriores, as faixas são suaves e mostram toda capacidade melódica do trio em conseguir construir boas partes instrumentais em todas as faixas.

"Glory Hunter": o clima animado retorna em um pop rock simples, porém bem feito e bem agradável.

"Sounds Like You Had to Be There": funciona por ser em agradável e, mais uma vez, é difícil não destacar o lado melódico deles em conseguir fazer algo que gruda na cabeça.

"Jelsy" e "Bibs": com andamento suave, as duas últimas canções têm uma melancolia identificável, e pode pegar os ouvintes mais sensíveis nos momentos finais do trabalho.

Com boas canções, "The Twits" tem o problema de ser muito longo sem necessidade. As 13 canções em quase 48 minutos são um exagero, mas, de maneira geral, o trabalho funciona bem, principalmente para mostrar o lado melódico do trio de enorme potencial pela frente. Agora, é refinar o repertório para o próximo álbum.

Tracklist:

1 - "My Little Tony"
2 - "Real House Wibes (Desperate House Vibes)"
3 - "Twist"
4 - "Worlds Greatest Emoter"
5 - "Calm Down with Me"
6 - "Shoo"
7 - "Que Suprise"
8 - "Hi Fiver"
9 - "Brush w Faith"
10 - "Glory Hunter"
11 - "Sounds Like You Had to Be There"
12 - "Jelsy"
13 - "Bibs"

Avaliação: bom

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