Crítica: Rolling Stones - Hackney Diamonds

Os Rolling Stones são uma instituição do rock mundial há mais de 50 anos. Se Mick Jagger disse um dia que não gostaria de dançar "Satisfaction" depois dos 40 anos, o tempo mostrou que a máquina de dinheiro não pode parar e, aos 80, ele segue nos palcos pelo mundo fazendo o que sabe fazer de melhor com ajuda dos guitarristas Keith Richards e Ronnie Wood. Infelizmente, sem o baterista Charlie Watts, morto em 2021.

O show não pode parar e, com uma ajudinha dos amigos Lady Gaga, Paul McCartney, Stevie Wonder e Bill Wyman, ex-baixista da banda, "Hackney Diamonds" foi disponibilizado na última sexta-feira (20) em todas as plataformas digitais. O disco abre com a já conhecida "Angry", de refrão pegajoso e uma levada reconhecível há vários quilômetros de distância e com "Get Close", com Jagger fazendo um dos muitos sotaques que ele carrega na manga há vários anos na primeira de duas participação de Elton John no trabalho.

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A suavidade de "Depending On You" contrasta com o agito de "Bite My Head Off", essa com participação de Paul McCartney no baixo — talvez, não exista uma gravação que o ex-beatle soe assim tão livre, leve e solto. Em "Whole Wide World", as guitarras de Wood e Richards surgem pulsando todo instante e o blues característico do início da carreira aparece na bonita "Dreamy Skies".

As duas gravações de Watts presentes no álbum foram colocadas na sequência. Começando com "Mess It Up", que traz a lembrança do grande baterista que ele foi em uma faixa de teor bem pop e dançante, e seguindo com "Live by the Sword", outra com piano de Elton John e baixo de Wyman — uma homenagem para formação até meados dos anos 1990, quando o baixista deixou o grupo.

"Driving Me Too Hard" começa a fazer a transição para a parte final do álbum, que segue com o momento solo de Keith Richards na balada "Tell Me Straight" e com a participação de Lady Gaga em "Sweet Sounds of Heaven" ("I hear the sweet, sweet sounds of Heaven/ Fallin' down, fallin' down to this earth/ I hear the sweet, sweetest sounds of Heaven/ Driftin' down, driftin' down to this earth"), com mais de sete minutos de duração. O álbum termina com "Rolling Stone Blues", cover do ídolo Muddy Waters.

Muito sobre os Rolling Stones é como eles, muito antes de vários contemporâneos, entenderam como virar uma máquina de ganhar dinheiro no melhor esquema "unidos, venceremos". Agora, Sem Charlie Watts e com o competente Steve Jordan nas baquetas, é possível olhar para eles como sobreviventes e prontos para mostrar o próprio legado ao mundo. Quem acredita que "Hackney Diamonds" é unicamente sobre música, está cometendo um engano terrível na hora de fazer qualquer avaliação. Esse trabalho é sobre legado, amizade e, acima de tudo, união. E juntos, mais uma vez, eles entregam um ótimo disco.

Tracklist:

1 - "Angry"
2 - "Get Close"
3 - "Depending On You"
4 - "Bite My Head Off"
5 - "Whole Wide World"
6 - "Dreamy Skies"
7 - "Mess It Up"
8 - "Live by the Sword"
9 - "Driving Me Too Hard"
10 - "Tell Me Straight"
11 - "Sweet Sounds of Heaven"
12 - "Rolling Stone Blues" (Muddy Waters)

Avaliação: ótimo

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