Resenha: Queens of the Stone Age - In Times New Roman...

O Queens of the Stone Age foi um verdadeiro fenômeno musical na virada de 1999 para os anos 2000 e muita gente que passou dos 30 ainda tem forte tendência a ter mais de uma música da banda liderada por Josh Homme em playlists ou simplesmente coloca o álbum favorito para tocar. E, vão por mim, são quase todos.

Recentemente, Homme esteve envolvido em uma batalha judicial pela guarda dos filhos e a retirada de um câncer, assuntos que ele não fala muito e nem dá brecha para esticar. Com uma pandemia no meio, o grupo estava desde Villains, lançado 2017, sem um trabalho de inéditas. Isso chegou ao fim no último dia 16, no lançamento de "In Times New Roman...", o oitavo trabalho de estúdio.

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De acordo com Homme, o trabalho encerra a trilogia iniciada em "…Like Clockwork", de 2013, "Obscenery" abre o trabalho ao melhor estilo QOTSA e traz um mundo de loucura em um pesadelo ou uma realidade distorcida preenchida apenas por problemas? Talvez nem ele saiba direito o que seja. Em "Paper Machete", ele aborda o divórcio de Brody Dalle, chamada de manipuladora e masoquista, e como isso o afetou de várias maneiras ao longo dos últimos meses.

"Negative Space" aborda a cabeça do compositor em meio às crises enfrentadas, quando ele só queria esquecer tudo que passou e seguir, mas não tem como. Quando "Time & Place" surge, parece que o ouvinte terá algum alívio dos temas mais pesados, mas tudo retorna em "Made to Parade", outra crítica pesada ao relacionamento anterior.

A filosófica "Carnavoyeur" é uma mistura de "aproveite a vida" e "não se preocupe, você não tem controle de nada" - a guitarra domina as ações a ajuda a criar um clima. Mas é quando "What the Peephole Say" aparece que a raiva em forma de desabafo vem em uma pedrada em uma das melhores canções recentes. E incrível como o álbum ganha tração na reta final com melancólica "Sicily", a balada cheia de emoção e despedida da agora ex-mulher "Emotion Sickness" e amarra tudo na cheia de referências "Straight Jacket Fitting", uma tentativa para curar as feridas e seguir tocando a vida como dá.

O Queens of the Stone Age abriu mão de tentar uma nova sonoridade, como foi em "Villans", para voltar ao som característico "In Times New Roman...". E como uma banda que está presente na vida das pessoas há 25 anos, agora Homme pode se orgulhar de ter feito trabalhos que vão da força juvenil até o divórcio, quando tudo parece desmoronar e sem saída. Em faixas potentes, ele vai da raiva ao perdão com apenas um desejo: ter paz.

Tracklist:

1 - "Obscenery"
2 - "Paper Machete"
3 - "Negative Space"
4 - "Time & Place"
5 - "Made to Parade"
6 - "Carnavoyeur"
7 - "What the Peephole Say"
8 - "Sicily"
9 - "Emotion Sickness"
10 - "Straight Jacket Fitting"

Avaliação: muito bom

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