Resenha: Daisy Jones & The Six (Prime Video)

O final dos anos 1960 e início da década seguinte são considerados alguns dos mais produtivos e loucos anos da história da música mundial. Antes mesmo do fim dos Beatles, a música mainstream estava tomando outros rumos com a chegada de uma nova e importante geração de artistas. Do rock psicodélico ao country rock passando pelo progressivo e ascensão do rock de arena, tudo mudou naquela época.

Baseada nisso e inspirada por histórias e pessoas famosas, Taylor Jenkins Reid escreveu o best-seller "Daisy Jones & The Six", que conta a história da banda fictícia The Six e da cantora Daisy Jones, com a gangorra das relações, os problemas, o sucesso e como, misteriosamente, eles encerram as atividades no auge. Com o sucesso do livro, não demorou para alguém comprar os direitos e fazer uma série. E quem fez isso foi o Prime Video, serviço de streaming da Amazon. 

Veja também:
Resenha: Amor e Música - Fito Páez (Netflix)
Resenha: Pistol (Star+)
Resenha: Desastre Total - Woodstock 99 (Netflix)
Resenha: McCartney 3, 2, 1 (Star+)
Resenha: Alta Fidelidade (Star+)

Estou no Twitter e no Instagram. Ouça o podcast, compre livros na Amazon e fortaleça o trabalho do blog!

Em dez episódios, a série traz o mesmo formato do livro: cada um dos seis integrantes mais as figuras mais importantes do entorno contam a história e vamos acompanhando o desenvolvimento de cada um: os dramas pessoas que transformaram a jovem Margaret no potente talento e cheio de problemas pessoais Daisy Jones, a liderança problemática de Billy Dunne e o relacionamento com Camila, primeiro amor de fotógrafa do grupo. Em paralelo a isso, existe a tensão sexual do guitarrista Graham Dunne e da tecladista Karen Sirko (100% inspirada em Christine McVie, do Fleetwood Mac) e a amargura do baixista Eddie Roundtree, enquanto o baterista Warren Rojas é um espectador privilegiado de tudo isso.

Para quem acompanha e/ou gosta da música dos anos 1970, as referências são óbvias. O repertório do grupo, uma mistura do country rock Creedence Clearwater Revival com as canções pop de Carpenters, Fleetwood Mac (a referência mais óbvia possível) e Linda Ronstadt estão presentes o tempo inteiro. E Teddy Price, o produtor gênio do pop, é uma bela homenagem a Quincy Jones, um verdadeiro produtor gênio do pop.

A série funciona bem justamente por misturar tudo isso em um caldeirão moderno, de bom ritmo e com ótimas interpretações de Riley Keough e Sam Claflin nos papéis principais. Mesmo com episódios razoavelmente longos, com pelo menos 45 minutos, "Daisy Jones & The Six" não é cansativa - eu mesmo vi todos os episódios de uma vez em um sábado. Incomoda um pouco a repetição dos problemas do casal principal e esse vai e vem entre eles o tempo inteiro, esquecendo os outros integrantes, muitas vezes meros comentaristas das brigas. Até por isso, é um alívio quando a história de Simone Jackson, amiga de Daisy e futura cantora de disco music, ganha espaço ao tirar um pouco do peso dos outros. A lamentar o final covarde e feito para agradar.

Nenhum dos problemas é impeditivo para ver "Daisy Jones & The Six". Das músicas ao elenco, série homenageia os anos 1970 com bom ritmo e bons momentos. Difícil não terminar com "Look at Us Now (Honeycomb)" na cabeça ou cantando os versos de "Regret Me".

Avaliação: bom

Comentários