Resenha: Suede - Autofiction

Após a explosão de muitas bandas no começo dos anos 1990, muitas delas não resistiram ao próprio ego e acabaram encerrando as atividades em algum momento. Foi o caso do Suede, um dos melhores grupo ingleses do período. Eles retornaram em 2010 e, desde então, vem consolidando uma nova discografia para os novos e velhos fãs.

Quatro anos depois do lançamento de "The Blue Hour", eles retornam melhores do que nunca em "Autofiction", nono álbum de estúdio da carreira. Para entender o trabalho é fundamental saber que é a banda crua no estúdio, com acertos e erros, gravando um disco como se fosse a primeira vez.

Veja também:
Resenha: Built to Spill - When the Wind Forgets Your Name
Resenha: Ozzy Osbourne - Patient Number 9
Resenha: Afghan Whigs - How Do You Burn?
Resenha: Hot Chip - Freakout/Release
Resenha: Fito Páez - The Golden Light
Resenha: Muse - Will of the People

Estou no Twitter e no Instagram. Ouça o podcast, compre livros na Amazon e fortaleça o trabalho do blog!

O tom pessoal é a marca registrada de grande parte do repertório, com o vocalista Brett Anderson abrindo o álbum homenageando a mãe falecida há pouco tempo em "She Still Leads Me On", uma canção recheada de guitarras e um refrão muito tocante. E sem pausa para respirar, surge "Personality Disorder", uma homenagem da banda a Mark E. Smith, vocalista e fundador do grupo pós-punk The Fall.

Outra cheia de guitarras, "15 Again" tem na força juvenil um grande trunfo para manter o ouvinte atento, "The Only Way I Can Love You" é dessas letras que qualquer banda novata daria um braço para ter no repertório, dessas baladas praticamente perfeitas, diferente da curta e direta "That Boy on the Stage" e da melancólica "Drive Myself Home" ("I saw your faces lit up by the break lights/ And I drove myself home/ I saw you lost within the weightlessness of longing/ And I drove myself home").

A pesada "Black Ice" encaminha o ouvinte para os momentos finais do trabalho, que apresenta outra ótima música: "Shadow Self". De começo bem melódico, a letra vai ganhando camadas de uma banda muito inspirada em estúdio. E também sem pausas surge "It's Always the Quiet Ones", música que não nega a origem londrina do grupo - melancólica, cabe muito bem em dias chuvosos.

Para fechar o álbum, "What Am I Without You?", não recomendada para ouvir em dias tristes ("Oh what am I, what am I without you/ What am I without you/ Your love makes me burn/ And here on the stage/ Oh I don't know what takes me/ Where do I go, and I stay there"), e encerra com a ótima "Turn Off Your Brain and Yell" ("Can you feel the sunshine (sunshine)/ When you turn off your brain and yell?/ Come on feel the sunshine (sunshine)/ When you turn off your brain and yell?").

"Autofiction" é desses álbuns impossíveis de ouvir uma vez só, confirmando a ótima fase do Suede desde o retorno. Com um trabalho consistente do início ao fim e recheado de ótimas canções, talvez seja o melhor da banda desde a estreia em 1993.

Tracklist:

1 - "She Still Leads Me On"
2 - "Personality Disorder"
3 - "15 Again"
4 - "The Only Way I Can Love You"
5 - "That Boy on the Stage"
6 - "Drive Myself Home"
7 - "Black Ice"
8 - "Shadow Self"
9 - "It's Always the Quiet Ones"
10 - "What Am I Without You?"
11 - "Turn Off Your Brain and Yell"

Avaliação: ótimo

Comentários

  1. Eu colocaria esse álbum na mesma prateleira de Dog Man Star. Excelente

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Usem os comentários com parcimônia. Qualquer manifestação preconceituosa, ofensas e xingamentos são excluídos sem aviso prévio. Obrigado!