O Hot Chip é inegavelmente uma banda divertida. Em atividade desde 1995, o grupo tem feito discos e músicas para dançar e conseguiu, ao longo dos anos, construir uma fiel e sólida base de fãs. E raramente eles decepcionam, casos de "Why Make Sense?" (2015) e "A Bath Full of Ecstasy" (2019), os últimos álbuns de estúdio.
Em meados de agosto, quando a rainha Elizabeth II ainda estava viva e o Brasil não sonhava em enfrentar essa onde de frio poucos dias depois, o grupo lançou "Freakout/Release", nono disco da carreira. E, mais uma vez, eles mostram completo domínio das pistas de dança. A grudenta "Down" abre o trabalho colocando o ouvinte em uma posição muito confortável de sair dançando por aí sem o menor constrangimento.
Veja também:
Resenha: Fito Páez - The Golden Light
Resenha: Muse - Will of the People
Resenha: Maglore - V
Resenha: Osees - A Foul Form
Resenha: Panda Bear e Sonic Boom - Reset
Resenha: Danger Mouse e Black Thought - Cheat Codes
Outra grudenta, "Eleanor" chega com o sintetizador com tudo e, composta em cima da hora nos momentos finais de gravação, mostra uma banda muito inspirada no estúdio para fazer um potencial hit. A faixa-título chega para manter o embalo e, diferente das outras, traz mais a mistura de uma banda "normal" com os efeitos e outras coisas.
O trabalho muda de ritmo na balada "Broken", essa mais melancólica do que as anteriores, feita para abordar o esgotamento mental das pessoas nos últimos anos e como tem sido difícil passar por esse momento. E "Not Alone" questiona a idolatria daqueles que um dia foram exemplo e hoje desapontam os antigos fãs nas redes sociais.
O assunto muda em "Hard to Be Funky", com participação de Lou Hayter, quando eles falam da dificuldade em soar sensual em uma faixa, enquanto "Time" retorna à pista de dança intencionalmente com outro refrão grudento. E "Miss the Bliss" aborda algo importante: saber pedir ajuda quando necessário - o coro foi gravado pela banda e a família de Joe Goddard, compositor da faixa.
"The Evil That Men Do" abre a parte final com um pedido para os homens reconhecerem os próprios erros ao longo dos anos e trabalhar para melhorar em uma faixa densa com participação de Cadence Weapon. Seguida pela sonhadora "Guilty", o álbum encerra com a animada "Out of My Depth" e uma mensagem positiva: há um jeito de deixar as coisas ruins para trás e procurar ajuda é fundamental.
O quinteto inglês entrega outro trabalho divertido mais uma vez. Ao abordar temas atuais de um jeito que só eles conseguem, a banda faz de "Freakout/Release" um disco dançante e reflexivo ao mesmo tempo. Redondinho do início ao fim, vale muito dar uma chance.
Tracklist:
1 - "Down"
2 - "Eleanor"
3 - "Freakout/Release"
4 - "Broken"
5 - "Not Alone"
6 - "Hard to Be Funky" (feat. Lou Hayter)
7 - "Time"
8 - "Miss the Bliss"
9 - "The Evil That Men Do" (feat. Cadence Weapon)
10 - "Guilty"
11 - "Out of My Depth"
Avaliação: muito bom
Comentários
Postar um comentário
Usem os comentários com parcimônia. Qualquer manifestação preconceituosa, ofensas e xingamentos são excluídos sem aviso prévio. Obrigado!