Resenha: Ozzy Osbourne - Patient Number 9

Ozzy Osbourne é um dos vocalistas mais importantes da história do metal e, como muitos da geração dele, patinou na carreira nos anos 1990 e início dos 2000. Por muito tempo, ele viveu dos hits do Black Sabbath e dos dois primeiros álbuns da carreira solo. Mas isso mudou recentemente.

A ótima fase veio com a turnê de despedida da ex-banda, depois com o lançamento de "Ordinary Man" em 2020, um álbum surpreendentemente bom. Porém, ele se superou em "Patient Number 9", 13º álbum da carreira solo. Em músicas acima da média, os convidados são algo a parte no disco, começando com a faixa-título e a participação de Jeff Beck.

Veja também:
Resenha: Afghan Whigs - How Do You Burn?
Resenha: Hot Chip - Freakout/Release
Resenha: Fito Páez - The Golden Light
Resenha: Muse - Will of the People
Resenha: Maglore - V
Resenha: Osees - A Foul Form

Estou no Twitter e no Instagram. Ouça o podcast, compre livros na Amazon e fortaleça o trabalho do blog!

Beck mostra todo estilo e competência em uma canção bem envolvente ao melhor estilo Ozzy, de vocal bem reconhecível a quilômetros de distância. "Immortal" é a seguinte e traz Mike McCready, do Pearl Jam, na guitarra, em uma letra bem grudenta. É uma ótima surpresa, porque mostra como ele merece ser mais reconhecido como um dos melhores no instrumento nos últimos 20 anos, pelo menos.

A sequência traz dois velhos conhecidos do vocalista: Zakk Wylde, integrante da banda solo por vários anos, em "Parasite"; e Tony Iommi, amigo e companheiro de Black Sabbath por mais de 50 anos, em "No Escape from Now". Se Wylde está em uma faixa não muito marcante, Iommi dá show mais uma vez. Eles formam essas duplas quase imbatíveis quando o assunto é parceria musical, não tem jeito.

"One of Those Days" conta com um solo de Eric Clapton, convidado porque Ozzy queria ter "os melhores guitarristas do mundo" no disco. Apesar dos pesares dos últimos anos, Clapton é, inegavelmente, um dos melhores no instrumento e segue em plena forma aos 77 anos. Beck retorna para fazer o melhor solo do álbum em "A Thousand Shades" e abre para uma sequência de três canções mais pesadas com Wylde.

Iommi aparece mais uma vez em "Degradation Rules" e encaminha o ouvinte para a parte final do álbum, com "Dead and Gone", "God Only Knows" e "Darkside Blues", um blues gravado como se ainda estivéssemos nos anos 1930.

Ozzy Osbourne conseguiu retomar a carreira solo muito bem, mas ninguém esperava resultados tão bons. Em "Patient Number 9", ele apresenta um disco ainda melhor do que o anterior, algo geralmente difícil. Se ele conseguir ter saúde suficiente para encarar uma nova turnê mundial, o novo repertório não fará feio.

Tracklist:

1 - "Patient Number 9" (featuring Jeff Beck)
2 - "Immortal" (featuring Mike McCready)
3 - "Parasite" (featuring Zakk Wylde)
4 - "No Escape from Now" (featuring Tony Iommi)
5 - "One of Those Days" (featuring Eric Clapton)
6 - "A Thousand Shades" (featuring Jeff Beck)
7 - "Mr. Darkness" (featuring Zakk Wylde)
8 - "Nothing Feels Right" (featuring Zakk Wylde)
9 - "Evil Shuffle" (featuring Zakk Wylde)
10 - "Degradation Rules" (featuring Tony Iommi)
11 - "Dead and Gone"
12 - "God Only Knows"
13 - "Darkside Blues"

Avaliação: muito bom

Comentários