Resenha: Tears for Fears - The Tipping Point

Poucas pessoas no mundo tinham qualquer esperança de um disco de músicas inéditas do Tears for Fears, uma das bandas mais icônicas dos anos 1980. Donos dos sucessos "Mad World", "Change", "Shout" e "Everybody Wants to Rule the World", a dupla formada por Roland Orzabal e Curt Smith passou por altos e baixos na relação pessoal e profissional ao longo dos anos 1990 ao ponto de Orzabal fazer da banda um projeto apenas seu.

Entre alfinetas via imprensa e outras coisas, a reconciliação aconteceu em 2000 e gerou o lançamento de "Everybody Loves a Happy Ending", em 2004, que mais parecia uma despedida do que qualquer outra coisa. Entre retornos aqui e ali, a esperança de um novo álbum eram nulas. Até que eles mesmos anunciaram a novidade, gerando um misto de choque e felicidade entre fãs e críticos.

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O nascimento de "The Tipping Point", o sétimo álbum de estúdio, começou em 2013 e foi bastante trabalhoso. As sessões foram ruins e o projeto foi suspenso até "eles começaram a soar como Tears for Fears", segundo Orzabal. Ainda houve um pula-pula de gravadora até o acerto com a Concord e a morte da mulher de Orzabal, em 2017, os fazendo voltar ao trabalho apenas após a turnê de sucesso realizada em 2019. Tudo parecia conspirar contra. Mas eles não desistiram.

O álbum abre com "No Small Thing", uma balada melancólica de refrão triste em que o riff de guitarra aparece por boa parte dos quase cinco minutos, mas é na faixa-título que o Tears for Fears aparece com força para mostrar a que veio realmente. Usando efeitos e começando por dois versos do refrão, é uma ótima canção bem ao estilo deles.

O trabalho avança entre variações de baladas tristes ("Long, Long, Long Time", "Please Be Happy", "Master Plan") e as animadas ("Break the Man", "My Demons" e "End of Night"). Da parte final, os destaques são a canção à Elton John "Rivers of Mercy" e o encerramento com "Stay", uma canção-desafabo bem oitentista sobre despedidas.

O retorno do Tears for Fears é uma surpresa das boas, ainda mais com um disco de inéditas acima da média. "The Tipping Point" traz canções pesadas emocionalmente e reflexivas sobre perda e como lidar com isso. Com alguns bons destaques, o trabalho tem bastante potencial para ir bem nas apresentações e deixar os fãs felizes.

Tracklist:

1 - "No Small Thing"
2 - "The Tipping Point"
3 - "Long, Long, Long Time"
4 - "Break the Man"
5 - "My Demons"
6 - "Rivers of Mercy"
7 - "Please Be Happy"
8 - "Master Plan"
9 - "End of Night"
10 - "Stay"

Avaliação: muito bom

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