Resenha: Eddie Vedder - Earthling


Eddie Vedder sempre soou ser uma pessoa inquieta. À medida que acompanhamos e sabemos de coisas relacionadas a ele dentro e fora do Pearl Jam, é possível entender que ele não deixará de fazer determinadas coisas dentro e fora do palco para acomodar algo ou alguém. É isso que o faz ser uma pessoa admirável em mais de 30 anos de vida pública.

Essa inquietude o faz abraçar determinadas causas e projetos pessoais. O mais recente deles é o primeiro disco solo em mais de uma década. E o sucessor de "Ukulele Songs", de 2011, não tem nada de leve ou tranquilo. Parece que, sem o Pearl Jam, Vedder resolveu colocar para fora as 13 canções do repertório de "Earthling".

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Um álbum que começa com a ótima "Invincible" chama bastante atenção, não tem muito jeito. Com quase 60 anos, as coisas já não são como foram um dia, então é natural olhar mais para o que está mais perto, as pequenas coisas do cotidiano, as pessoas. E é isso que essa faixa de abertura mostra ao ouvinte.

Vedder, com ajuda da banda de estúdio formada por Josh Klinghoffer, Andrew Watt e Chad Smith, acelera em "Power of Right", "Brother the Cloud" e "The Dark" e retorna ao clima de balada em "Long Way" e "Fallout Today", mostrando equilíbrio, mas, principalmente, fazendo o que bem entende na escolha do repertório.

Depois da faixa de abertura, o outro destaque é a balada reflexiva "The Haves", uma das melhores composições da carreira de Vedder. E, como não poderia deixar de ser, ele explode de raiva na também ótima "Good and Evil", uma mostra do talento de Klinghoffer, recém-dispensado do Red Hot Chili Peppers.

As últimas músicas abrem espaço para diversos convidados. Steve Wonder toca gaita em "Try", Elton John canta e toca piano em "Picture" — que também tem Abe Laboriel Jr., da banda de Paul McCartney, na bateria — e "Mrs. Mills" traz Ringo Starr na bateria, algo sempre muito bom de ouvir.

"Earthling" apresenta boas reflexões sobre a vida e faz de Vedder uma espécie de pastor sobre o envelhecimento da geração do grunge. O elenco estrelado na banda e nos convidados ajudam a fazer do novo álbum do vocalista não apenas um projeto solo, mas também uma celebração da música. Em tempos tão sombrios, isso vale muito.

Tracklist:

1 - "Invincible"
2 - "Power of Right"
3 - "Long Way"
4 - "Brother the Cloud"
5 - "Fallout Today"
6 - "The Dark"
7 - "The Haves"
8 - "Good and Evil"
9 - "Rose of Jericho"
10 - "Try"
11 - "Picture" (with Elton John)
12 - "Mrs. Mills"
13 - "On My Way"

Avaliação: muito bom

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