Grifes não salvaram Vinyl, Roadies e The Get Down do fracasso


Seriados tiveram apoio de nomes importantes na música nos últimos anos

Recentemente, três iniciativas envolvendo música e seus bastidores foram feitas na TV. A primeira, Vinyl, veio com uma incrível pompa. Além de ser produzida pela HBO, tinha a produção assinada por Martin Scorsese, Mick Jagger e Terence Winter, produtor executivo de Família Sopranos (2000-2007). A segunda foi The Get Down, da Netflix, com produção de valores muito acima da parceria com a Marvel. Por fim, Roadies, do Showtime, assinada por Cameron Crowe e J.J. Abrams.

Em comum? As três foram canceladas antes da segunda temporada. O motivo? Há muita coisa por trás que, muito provavelmente, nunca saberemos ao certo. Desde a motivação em continuar com uma série que não deu muito retorno até a falta do principal roteirista no trabalho de desenvolvimento da continuação.

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Mas é fato que esse tipo de seriado não parece atrair uma grande parcela do público para assisti-lo. Os defeitos dessas séries também evidentes, então culpá-lo não é um caminho nesse raciocínio. Por exemplo, o crítico da Squire afirmou que a avaliação da HBO sobre Vinyl é que "soava um Mad Men ruim com uma mistura de Quase Famosos, e isso não soou bem na hora de avaliar uma segunda temporada".

The Get Down recebeu inúmeras reclamações pela segunda parte, que ganhou tons de novela mexicana desnecessários e não conseguiu segurar o público da primeira – realmente focado na música e no desenvolvimento da cena hip-hop no Bronx dos anos 1970. Acabou sendo a primeira série desenvolvida pelo serviço a não ganhar, ao menos, uma segunda temporada. Já Roadies, ainda inédita no Brasil, não conseguiu emplacar na audiência e recebeu muitas críticas negativas ao longo de dez episódios de duração. Nem mesmo Crowe, jornalista experiente no mundo da música e roteirista de Quase Famosos, conseguiu ser bom o suficiente para evitar o cancelamento.

No caso, são séries que tinham muita grife. E Vinyl soou muito pretensiosa em sua proposta. É difícil fazer algo realmente bom sem ter um personagem principal atraente, uma história muito boa ou um pano de fundo que ajude nesse desenvolvimento. No caso da série da HBO, se não faltaram esses três elementos juntos, pelo menos um deles esteve presente.

Em contrapartida, Empire (2015-até agora) e Glee (2009-2015) são séries em que a música trabalha orbitando na vida dos personagens, não o ponto principal. Os dilemas de alunos de diferentes perfis e a convivência de um ex-casal na disputa pelo controle da gravadora são os temas de um drama e de uma comédia, respectivamente. Não há a pretensão de fazer algo grandioso com a música. Talvez esteja aí o segredo do sucesso de ambas.

Agora resta saber se haverão iniciativas do tipo no curto prazo ou se esses fracassos recentes farão as produtoras pensarem duas vezes antes de fazer algo parecido.

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