Resenha: Richard Bona & Mandekan Cubano – Heritage


Músico camaronês uniu forças com banda cubana

Richard Bona é uma baixista camaronês que começou a tocar instrumentos muito cedo. Incentivado pelos pais músicos, ele primeiro tentou a percussão antes de ser aventurar no baixo na adolescência, quando descobriu o jazz e seu grande ídolo: Jaco Pastorius. Em seu oitavo disco de estúdio, Heritage, ele uniu forças com o Mandekan Cubano, grupo que leva a música cubana pelo mundo.

Para quem gosta dos ritmos africanos, "Aka Lingala Tè" é um belo cartão de visitas, sem dúvida. Detalhe: nenhum instrumento é tocado, tudo feito apenas no vocal. "Bilongo" chega e já mostra todo ritmo por parte do Mandekan Cubano, que logo coloca o ouvinte para dançar junto ao longo de toda música. E diferente das anteriores, "Matanga" é mais calma, toda acústica e é bem bonita.

Podemos ouvir toda a habilidade no baixo de Bona na introdução de "Jokoh Jokoh", outra canção que conseguiu fazer bem esse encontro entre música da África Ocidental com esse tipo muito específico de ritmo da América Latina. "Cubaneando" é mais música cubana com um toque do baixista, e "Essèwè Ya Monique" tem um instrumental bem leve para dar toda ênfase ao vocal – a linha de baixo é discreta, mas ótima.

"Santa Clara Con Montuno" e "Ngul Mekon" são dois bons exemplos de como esse disco funciona: são canções completamente diferentes entre si, mas conseguem fazer sentido dentro desse trabalho. A mistura entre jazz e música latina aparece na ótima "Muntula Moto", a melhor faixa do álbum. De refrão pronto para ficar na cabeça, ela trabalha bem as misturas de ritmos no vai e vem dos instrumentos. Se isso fosse um jogo de futebol, teríamos um gol de bicicleta bem aqui.

Suave como ondas do mar em um dia calmo de verão, "Eva" acalma e abre o caminho para as últimas canções. "Kivu" segue a linha das anteriores, mas "Kwa Singa" é completamente diferente ao soar como o encerramento de um ciclo, o fim de alguma coisa.

Ao final da audição, fiquei com vontade de mais, de querer mais discos dessa parceria, de mais material. É um ótimo trabalho e um bom caminho para descobrir coisas novas.

Tracklist:

1 - "Aka Lingala Tè"
2 - "Bilongo"
3 - "Matanga"
4 - "Jokoh Jokoh"
5 - "Cubaneando"
6 - "Essèwè Ya Monique"
7 - "Santa Clara Con Montuno"
8 - "Ngul Mekon"
9 - "Muntula Moto"
10 - "Eva"
11 - "Kivu"
12 - "Kwa Singa"

Nota: 4/5



Veja também:
Resenha: Blink-182 – California
Resenha: Garbage – Strange Little Birds
Resenha: Robert Ellis – Robert Ellis
Resenha: The Lumineers – Cleopatra
Resenha: Jake Bugg – On My One
Resenha: Band of Horses – Why Are You OK
Resenha: Laura Mvula – The Dreaming Room

Gostou do post? Compartilhe nas redes sociais e indique o blog aos amigos!

Esse post foi um oferecimento de Felipe Portes, o primeiro patrão do blog. Contribua, participe do nosso Patreon.