Resenha: Garbage – Strange Little Birds


Veterana banda reuniu-se novamente para um novo álbum com músicas inéditas

Das bandas surgidas nos anos 1990, o Garbage é dessas que atingiu muita gente, mas nunca chegou a explodir como alguns de seus contemporâneos. Mas isso não importa, porque eles conseguiram um número de fãs fiéis e que nunca os abandonaram mesmo após a pausa de sete anos sem trabalhos inéditos entre 2005 e 2012, ano do ótimo Not Your Kind of People. Quatro anos depois o grupo formado por Shirley Manson, Duke Erikson, Steve Marker e Butch Vig lança Strange Little Birds.

A opção por iniciar o álbum com a densa "Sometimes", com um piano bem macabro e uma batida bem pesada, acaba sendo um bom acerto, ainda mais quando a grudenta "Empty" aparece. Há um equilíbrio entre as duas canções, nada repetitivas, o que acaba compensando nesse começo de disco.

Uma coisa interessante que percebi em "Blackout": a parede sonora construída para Shirley Manson brilhar com seu vocal. Todos os instrumentos funcionam absurdamente bem, tudo feito para a vocalista chegar com tudo e mostrar que é uma das vozes de uma geração. "If I Lost You" aparece como aquele pedaço dos anos 1990 diretamente nos ouvidos sem cerimônia alguma e consegue dar conta de satisfazer.

"Night Drive Loneliness" consegue ser regular e acaba fazendo sentido a presença dela no álbum, e "Even Though Our Love Is Doomed" começa muito densa, do vocal até o baixo, até que a faixa vai evoluindo e ganhando uma cara – bem alternativa, bem a cara do Garbage. Mas a coisa muda quando aparece "Magnetized", essa com participação maior da banda, principalmente na segunda metade. Um potencial sucesso nas apresentações, diga-se.

Outras que preenches a cota de música grudenta são "We Never Tell" e "So We Can Stay Alive". E com tudo que tem direito – desde o refrão até a melodia, tudo gruda na sua cabeça por algumas horas. Como são seguidas, acabam sendo pouco mais de dez minutos de grude. Na segunda, a parte instrumental, em especial, é muito boa.

A regular "Teaching Little Fingers to Play" e a ótima "Amends" encerram o álbum, mostrando que o Garbage ainda tem muito o que mostrar, principalmente quando fazem um retorno ao passado sem soar datado. E esse é o segredo desse tipo de disco: ninguém quer a mesma banda de 20 anos atrás, basta fazer algo bom o suficiente. É o caso aqui, até um pouco mais.

Tracklist:

1 - "Sometimes"
2 - "Empty"
3 - "Blackout"
4 - "If I Lost You"
5 - "Night Drive Loneliness"
6 - "Even Though Our Love Is Doomed"
7 - "Magnetized"
8 - "We Never Tell"
9 - "So We Can Stay Alive"
10 - "Teaching Little Fingers to Play"
11 - "Amends"

Nota: 3,5/5



Veja também:
Resenha: Robert Ellis – Robert Ellis
Resenha: The Lumineers – Cleopatra
Resenha: Jake Bugg – On My One
Resenha: Band of Horses – Why Are You OK
Resenha: Laura Mvula – The Dreaming Room
Resenha: Red Hot Chili Peppers – The Getaway
Resenha: Metá Metá - MM3

Esse post foi um oferecimento de Felipe Portes, o primeiro patrão do blog. Contribua, participe do nosso Patreon.