Resenha: Adele – 25


Enfim, Adele lançou seu novo disco, que bateu alguns recordes logo nas primeiras 24 horas de vendas. O papo de ‘disco mais esperado do ano’ não era mentira e a expectativa por 25 só aumentou ao longo dos dias anteriores ao lançamento. A cantora, em 21, quebrou marcas históricas e encaminhou uma carreira de sucesso, e até deu para sumir um tempo para reorganizar melhor as ideias – como fazer um disco sobre ser mãe, que ela achou ‘uma bosta’, segundo a própria.

Ao iniciar com o primeiro single, “Hello”, Adele mostra tudo que tem direito logo na primeira música: a sua imensa potencia vocal, principalmente no refrão, momento em que a faixa cresce na parte instrumental. Só essa canção seria suficiente para satisfazer qualquer fã da cantora, mesmo não chegando perto de seus melhores momentos no disco anterior.

"Send My Love (To Your New Lover)" é acústica e bem comum para falar sobre rum relacionamento, a especialidade da cantora em suas composições, e a faixa soa... indie. Sim, esse indie atual mesmo. Certamente, fez a alegria de muita gente. A seguinte, "I Miss You", é a mais diferente possível de “Rolling in the Deep” e “Skyfall”. A coincidência entre elas? As três têm a coautoria de Paul Epworth, mas essa é baseada inteiramente na percussão, explora o vocal de Adele de um jeito quase cru e usa muito mais os vocais de apoio para dar sustentação às palavras ditas.

Depois da sequência de três canções comuns, vem a melhor de todo disco e uma das melhores da carreira da cantora. "When We Were Young", segundo single do disco, é uma típica balada romântica sem tirar e nem pôr um milímetro que seja. É aquele momento do show em que as luzes são apagadas e só Adele é mostrada, enquanto o piano toca suavemente. Diferente da abertura, nada é entregue de graça, e o ouvinte consegue ir entrando no clima até a explosão do refrão. Letra e melodia simples dão o tom dessa canção, um sucesso de primeira.

"Remedy" é outra na linha ‘balada no piano para explorar o que Adele tem de melhor e entregar uma canção comum aos fãs’. É isso. Aumentando a lista de canções comuns e burocráticas, "Water Under the Bridge" e "River Lea" trazem os temas separação e quebra de confiança na sequência, já "Love in the Dark" tem a pegada de 21, aliada aos momentos ouvidos neste novo disco – o conjunto de cordas consegue dar um clima diferente nesta faixa em especial.

Puxada muito mais para o soul, "Million Years Ago" poderia ser melhor se a cantora não aumentasse tanto o volume de sua voz. Neste caso em específico, isso mais atrapalha do que ajuda. Mais etérea, seria mais um golaço, mas não rolou. Daí "All I Ask" – e aqui já não é possível mais aguentar Adele atingindo o mesmo tom vocal – e "Sweetest Devotion" fecham o álbum em momentos bons – e só.

25 é composto por duas canções ótimas – “When We Were Young" e "Love in the Dark" – e um punhado de faixas medianas em que todas exploram a potencia vocal de Adele. Não há um momento para respirar ou de mais calmaria. Aliás, até acontece alguns, mas logo são encobertos pela imensa vontade de atingir as notas mais altas. É um disco feito para quem gosta de ouvi-la vai continuar gostando, e quem não gosta continuará não gostando.

Tracklist:

1 - "Hello"
2 - "Send My Love (To Your New Lover)"
3 - "I Miss You"
4 - "When We Were Young"
5 - "Remedy"
6 - "Water Under the Bridge"
7 - "River Lea"
8 - "Love in the Dark"
9 - "Million Years Ago"
10 - "All I Ask"
11 - "Sweetest Devotion"

Nota: 3/5



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