Resenha: Gary Clark Jr. – The Story Of Sonny Boy Slim


Um prodígio da guitarra, Gary Clark Jr. foi uma espécie de Neymar do instrumento: todos sabiam de seu potencial, só não se sabia sobre como seria seu futuro na música. Nascido em Austin, no Texas, ele teve a chance de tocar com grandes nomes do instrumento – desde os irmãos Vaughan (Steve Ray e Jimmie) até Billy Gibbons, do ZZ Top –, por isso mesmo, todos dizem que ele é a continuação do chamado bluesman de raiz. Por incrível que possa parecer, The Story Of Sonny Boy Slim é apenas seu quarto disco em estúdio, sucessor de Blak and Blu (2012).

  • Gravadora: Warner Bros.
  • Lançamento: 11 de setembro
  • Produção: Gary Clark Jr.
  • Duração: 53min
Mesclar hip-hop com blues não é novidade, mas isso vir por parte de Gary Clark Jr. em "The Healing" mostra como ele está atento ao trabalho mais recente de D’Angelo, um exemplo de música de protesto e de acertos. Além dessa mistura, há o elemento gospel, tão presente na música negra, e um identificável solo de guitarra. Se "Grinder" é um blues triste e bem realista sobre a pobreza, "Star" traz novamente o R&B e blues unidos em uma letra muito bonita (Know that you're a star (I want you to shine)/I want you to shine/Go on and shine (Go one and shine)/I want you to shine (I want you to shine)).

O country blues é muito bem representado na ótima "Our Love", uma história de amor lindamente apaixonante. Esse tipo de música, tão rara atualmente, ainda é capaz de encher os olhos de lágrimas. E "Church" é exatamente o oposto no quesito letra: uma história em que o protagonista pede ajuda a Deus para ter sua amada. Duas canções diferentes entre si, mas de uma franqueza e beleza únicas.

A certeira "Hold On" fala sobre a luta dos negros atualmente, e "Cold Blooded" é mais uma romântica, porém, neste caso, o personagem principal está no limite psicológico e até pensa em fazer alguma bobagem. "Wings", uma canção sobre relacionamentos, seus problemas e algumas mentiras para disfarçar a crise entre o casal, bem sem graça.

O interlúdio "BYOB" abre para a bobinha e sem graça "Can’t Sleep", uma canção bem ruim. Simplória, está longe de mostrar o melhor apresentado neste álbum – a parte instrumental compensa, por pior que seja a letra. Na sequência, "Stay" satisfaz por recolocar Gary Clark Jr. no prumo novamente e, por fim, ou country de "Shake" e o blues de "Down To Ride" fecham as 13 canções do bom álbum, apesar de algumas pequenas derrapagens. Em resumo, o disco é bem fresco e atual e o guitarrista faz um trabalho bem proveitoso.

Tracklist:

1 - "The Healing"
2 - "Grinder"
3 - "Star"
4 - "Our Love"
5 - "Church"
6 - "Hold On"
7 - "Cold Blooded"
8 - "Wings"
9 - "BYOB"
10 - "Can’t Sleep"
11 - "Stay"
12 - "Shake"
13 - "Down To Ride"

Nota: 3/5



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