Resenha: Godspeed You! Black Emperor - Asunder, Sweet and Other Distress



Formado em 1994, o misterioso coletivo Godspeed You! Black Emperor é um dos nomes mais famosos e cultuados do post-rock. Através das suas fantásticas texturas e construções sonoras, o GY!BE é uma explosão orgásmica de sons, alimentada por conjuntos de violinos, violoncelos, fitas manipuladas ao lado do som das guitarras, em uma viagem cinematográfica, psicodélica e melancólica que se estende, muitas vezes, ao longo de mais de 20 minutos.

Apesar de ter tido uma considerável troca de membros no grupo, o núcleo mantém-se estável com Efrim Menuck, Mike Moya e Mauro Pezzente, mas há de se destacar que todos os outros seis membros tem um papel essencial, principalmente ao vivo. Muitos dos membros já se declararam abertamente anarquistas e vários samples usados em suas músicas têm componentes e conceitos políticos.

O álbum Lift Your Skinny Fists Like Antennas to Heaven, de 2000, consagrou-os definitivamente, trazendo um crescimento da sonoridade que remete à tristeza e melancolia artística notável, que, ao explodir num turbilhão sonoro, nos deixa presos no tempo e nas memórias passadas. A voz não é, e nunca foi, necessária, pois os instrumentos falam por si só. As várias músicas dentro de uma só criam um ambiente místico, proporcionando momentos de extrema beleza musical.

O início da criação deste álbum vem logo após o lançamento de Allelujah! Don't Bend! Ascend! – disco que marcou o fim de um hiato de dez anos da banda –, em 2012. Desde esta data, o GY!BE executava uma série de shows chamados We Have Signal, em que o principal destaque era uma peça com o nome de "Behemoth", com quase 45 minutos de duração. Esta composição foi utilizada como base na criação do quinto registro desses canadenses, portanto seus seguidores mais fanáticos já sabiam o que pensar antes do lançamento de Asunder, Sweet and Other Distress (também graças a vários vídeos de "Behemoth" na íntegra contidos no YouTube).

"Peasantry or ‘Light! Inside of Light!" abre o álbum com guitarras pesadas, densas e graves através de monótonos riffs arrastados. Tudo isto é sustentado em dez minutos por distorções devoradoras, uma bateria em marcha e instrumentos de cordas que zumbem como um exército de gafanhotos voando. Já "Lambs Breath" é uma paciente montagem de chiados abstratos e, naturalmente, apresenta minimalismos típicos do drone, que me fizeram lembrar o Sunn O))) e do Earth.

“Asunder, Sweet” traz alguns ruídos mutáveis que constroem os caminhos em que ondas elegantes de violino serão arrebentadas. "Piss Crowns Are Trebled", que encerra o registro, traz a real essência do grupo. Longa, espontânea e intensa, apresenta um excelente trabalho na produção da tensão, com todos os minuciosos detalhes. Como resultado final, Asunder, Sweet and Other Distress pode não apresentar a genialidade de discos anteriores do GY!BE, mas ainda assim consegue exalar uma angústia inigualável.

Tracklist:

1 - “Peasantry or ‘Light! Inside of Light!”
2 - “Lambs’ Breath”
3 - “Asunder, Sweet”
4 - “Piss Crowns Are Trebled”

Nota 4/5

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