Resenha: Noel Gallagher's High Flying Birds - Chasing Yesterday


Nas últimas semanas, ou a cada dia mais perto do lançamento do novo disco, Noel Gallagher tem rendido views aos sites graças a uma sequência de declarações polêmicas. Como sempre, sua língua ainda mais afiada do que nunca e tem rendido raiva e boas risadas na mesma intensidade. Para quem gosta dele, fevereiro foi um mês muito agitado.

Logo que soltou o primeiro clipe, o cantor deixou claro que não sairia da zona de conforto que o consagrou nos últimos 20 anos. Assim como Jack White em seu segundo disco colo, Noel também optou por uma abordagem mais conhecida para suas letras – obviamente, isso não é ruim.

Chasing Yesterday, álbum lançado oficialmente nesta terça-feira, começa com "Riverman". Balada romântica com o violão dominando a melodia, ela mostra que não haverá nenhuma ousadia no álbum, mas, certamente, é uma alegria ver um novo disco de um Gallagher. O belo solo de guitarra serve como aquele refrão instrumental tão bem usado em muitas canções do Oasis, enquanto a parte final ganha tons épicos com ajuda de um trombone.

Segundo single do álbum, "In the Heat of the Moment" começa com o “na na na na na” que gruda na cabeça antes de qualquer coisa, assim como o refrão. Em "The Girl with X-Ray Eyes", a sensação é que já a ouvi em algum lugar antes porque tudo, desde a parte instrumental ao estilo de cantar, é muito familiar. Talvez seja alguma sobra do passado, mas só ele pode falar isso.

Sabe quando aquela música pega você de jeito? É o caso de "Lock All the Doors", quase uma catarse em forma de música. Se no álbum ela é empolgante, com guitarras altas e banda afinada, imagine nos shows? É o momento que o público terá para pular, cantar e colocar tudo para fora. A velocidade é reduzida com "The Dying of the Light", outra balada muito boa.

Mais uma vez com a guitarra dominando, "The Right Stuff" tem um belo coro feminino que ajuda a dar mais delicadeza à canção. Aqui, mais uma vez, há uma instrumental que soa como uma jam session – com mais de um minuto. E se "While the Song Remains the Same" é mais do mesmo no quesito música mais leve, "The Mexican" tem tudo para dar um belo clipe por conta de sua boa letra.

Caminhando para o final, "You Know We Can't Go Back" é extremamente empolgante e bem convidativa para ser tocada na metade do show. E encerrando, "Ballad of the Mighty I" é pesada e fecha o trabalho muito bem com toques de música eletrônica.

É um bom disco, sem dúvida alguma, mas fica uma ponta de receio aqui: espero muito, de coração, que Noel Gallagher não caia nessa de fazer a mesma coisa sempre. É necessária uma reciclagem, pelo menos uma tentativa – pode ser até uma frustrada – de fazer algo diferente. Damon Albarn fez isso recentemente, por que Noel não pode? Um flerte com o eletrônico seria uma boa. Enfim, só espero que Chasing Yesterday seja o ponto de mudança, não o de estagnação.

Tracklist:

1 - "Riverman"
2 - "In the Heat of the Moment"
3 - "The Girl with X-Ray Eyes"
4 - "Lock All the Doors"
5 - "The Dying of the Light"
6 - "The Right Stuff"
7 - "While the Song Remains the Same"
8 - "The Mexican"
9 - "You Know We Can't Go Back"
10 - "Ballad of the Mighty I"

Nota: 3,5/5



Veja também:
Resenha: Kate Pierson - Guitars and Microphones
Resenha: Of Montreal - Aureate Gloom
Resenha: Steve Earle and The Dukes - Terraplane
Resenha: Drake - If You're Reading This It's Too Late
Resenha: Iron and Wine - Archive Series Volume No. 1
Resenha: José González – Vestiges and Claws
Resenha: Slipknot - .5: The Gray Chapter

Siga o blog no Twitter, Facebook, Instagram, no G+, no no Tumblr e no YouTube

Gostou do conteúdo? Compartilhe nas redes sociais!