Resenha: The Cribs – For All My Sisters


Os álbuns do Cribs não chamaram muito atenção até 2008, quando Johnny Marr, ex-guitarrista dos Smiths e com ótima carreira solo atualmente, fez parte da banda. Obviamente, não foi difícil ir atrás do material para saber como eles soavam antes da presença do ilustre membro.

Três anos depois de seu último disco, o grupo anunciou em janeiro e lançou em março For All My Sisters, sexto trabalho de estúdio. E o interessante em observá-los é ver que eles vêm de uma sequência de bons discos e de elogios por parte da crítica especializada, então o mínimo que se espera deles é a continuação disso neste ano.

"Finally Free" é uma típica canção indie, em que a guitarra é bem suave e ajuda bastante no andamento da faixa, com bateria e baixo ficando em segundo plano, mas sendo possível perceber bem a presença de todos os instrumentos, e "Different Angle" trabalha bem a letra com uma melodia bem simples. Terceira canção, "Burning For No One" está abaixo do que fez o Arctic Monkeys, por exemplo, no início de sua carreira no quesito balada romântica. Mas até que é bonitinha.

Como é natural em muitas bandas inglesas, há um ar punk em "Mr. Wrong", mesmo que não tenha aquela velocidade esperada. Está mais para The Clash no final de carreira do que para Sex Pistols. Comum e com vontade de soar épica, "An Ivory Hand" é bem descartável – o solo de guitarra é um tanto pobre e sem graça –, e o ar oitentista de "Simple Story", com muitos efeitos e overdubs, incomoda um pouco.

Uma das boas coisas em "City Storms" é o ar hardrock, que facilmente remete à adolescência, além de sua letra simples e direta. Em "Pacific Time" temos uma balada épica à la 30 Seconds to Mars... Ou seja, é bem insuportável, bem diferente de "Summer Of Chances", uma ótima canção para sair dançando por aí. A vibe inglesa anos 1980 continua em "Diamond Girl" e "Spring On Broadway", ambas com um quê pós-punk.

O disco encerra com a psicodélica "Pink Snow" e seus mais de sete minutos de puro improviso e experimentalismo. E isso mostra que a banda deseja buscar novos caminhos, mas ainda não encontrou a mão. É um trabalho um pouco abaixo dos outros, porém pode ser uma pequena mostra de que há uma imensa vontade de mudar.

Tracklist:

1 - "Finally Free"
2 - "Different Angle"
3 - "Burning For No One"
4 - "Mr. Wrong"
5 - "An Ivory Hand"
6 - "Simple Story"
7 - "City Storms"
8 - "Pacific Time"
9 - "Summer Of Chances"
10 - "Diamond Girl"
11 - "Spring On Broadway"
12 - "Pink Snow"

Nota: 3,5/5


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