Resenha: Laura Marling – Short Movie


Cantora inglesa de 25 anos, Laura Marling despontou para o mundo em seu terceiro álbum de estúdio, chamado Once I Was an Eagle, um dos melhores trabalhos de 2013. Nos últimos meses, ela investiu não apenas na composição do disco, mas em apresentações em rádios e até um curta, que funcionou como um pequeno trailer do que viria a ser Short Movie, seu novo disco.

"Warrior" começa com efeitos de fundo, mas é a delicada melodia saída do violão que acaba sendo o carro-chefe da abertura dos trabalhos. E a seguinte, "False Hope", até começa do mesmo jeito, até que muda e ganha instrumentos mais pesados em contraste com a bela voz da cantora, que parece estar se livrando de alguns demônios quando coloca tudo para fora.

Um conjunto de cordas ajuda a compor a densa "I Feel Your Love", mais uma em que Marling consegue tirar melancolia e beleza de uma música bonita, assim como "Walk Alone". A sequência, com "Strange", traz algo mais próximo do folk tradicional, muito conhecido e estimulado por Bob Dylan – no caso, o do início dos anos 1960 – só que um tantinho mais acelerado.

Com mais auxilio de uma banda, com guitarra, baixo e bateria, "Don't Let Me Bring You Down" é melhor trabalhada, mas não chega nem perto das outras no quesito letra. Uma pena que "Easy" seja tão sonolenta, e aqui há uma clara queda com duas canções abaixo das primeiras. A semelhança entre "Gurdjieff's Daughter" e algumas das faixas feitas pelo Los Hermanos é muito grande. Talvez a diferença seja o andamento, mais rápido aqui e mais voltado ao folk do que para MPB.

O grande problema de "Divine" é esse clima indie-feliz que domina a música atual, deixando tudo muito chato e monótono. O mesmo se aplica a "How Can I", canção românica enjoada. A tristeza melódica em "Howl" é de atrair a atenção de qualquer um – certamente, a melhor do disco. A faixa-título "Short Movie" não apenas é uma boa canção, é grudenta com seu refrão instrumental e profundidade do conjunto de cordas trabalhando como aquele antigo camisa 10 no futebol: com a bola no pé e paciência. Quem coloca pressa é a vocalista, quando aumenta o ritmo do violão, e "Worship Me" acaba naquela melancolia que fez parte de todo disco.

É um trabalho irregular, diga-se. Se o início é muito bom, o meio é sonolento e um tanto estafante, mas a parte final melhora muito. Uma pena, porque estava torcendo para outro bom disco da cantora.

Tracklist:

1 - "Warrior"
2 - "False Hope"
3 - "I Feel Your Love"
4 - "Walk Alone"
5 - "Strange"
6 - "Don't Let Me Bring You Down"
7 - "Easy"
8 - "Gurdjieff's Daughter"
9 - "Divine"
10 - "How Can I"
11 - "Howl"
12 - "Short Movie"
13 - "Worship Me"

Nota: 2,5/5


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