Resenha: Of Montreal - Aureate Gloom


Formado em 1996 na Georgia, Estados Unidos, o Of Montreal é o mais próximo dos anos 1960 e 1970 que a música atual oferece. Com influências de David Bowie, Mutantes, Talking Heads e Prince com um toque de psicodelia, o grupo liderado por Kevin Barnes lança Aureate Gloom em formato físico na próxima semana.

Claro, o disco já está disponível por aí desde ontem, quando a NPR Music liberou todas as faixas para audição. E ao iniciar o trabalho com a dançante "Bassem Sabry", eles mostram que alma do britpop mais agitado está longe de morrer. É praticamente impossível continuar parado depois que a canção começa – a linha de baixo é impecável. Mais lenta e um pouco menos animada, mas recheada de guitarras, "Last Rites At The Jane Hotel" dá a impressão de ter saído de alguma história ou filme indie.

Bem David Bowie, "Empyrean Abattoir" usa e abusa das guitarras e da linha de baixo para dar ritmo à faixa, que segue a linha dançante da primeira com um toque bem anos 1970. Uma pena que a empolgação tenha sido cortada pela péssima tentativa de fazer algo mais lento e suave. "Aluminum Crown" faz vergonha a que já fez esse tipo de canção, e "Virgilian Lots" é outra que não empolga.

O experimentalismo cheio de distorções aparece em "Monolithic Egress", em que o refrão instrumental grudento é mais do que o suficiente para satisfazer o ouvinte, enquanto em "Apollyon Of Blue Room" temos o retorno do ritmo do início, o que é ótimo porque eles se saíram melhor assim do que quando tentaram fazer algo diferente.

"Estocadas" é uma tentativa frustrada de fazer algo épico e cheio de nuances, não funcionou direito e ainda serviu para quebrar o bom momento, mas isso muda em "Chthonian Dirge For Uruk The Other, que junta psicodelia e distorções, e é bem dançante. Por fim, depois de duas tentativas frustradas, até que o estilo épico consegue ser bem aproveitado em "Like Ashoka's Inferno Of Memory", justamente o encerramento.

Um disco que começa bem e cai de rendimento, e acaba se tornando um trabalho bem irregular. Uma pena, porque as três primeiras músicas dão esperança de um ótimo álbum, mas o final é aquele dia de chuva em São Paulo em que você esquece o guarda-chuva no ponto de ônibus.

Tracklist:

1 - "Bassem Sabry"
2 - "Last Rites At The Jane Hotel"
3 - "Empyrean Abattoir"
4 - "Aluminum Crown"
5 - "Virgilian Lots"
6 - "Monolithic Egress"
7 - "Apollyon Of Blue Room"
8 - "Estocadas"
9 - "Chthonian Dirge For Uruk The Other"
10 - "Like Ashoka's Inferno Of Memory"

Nota: 2,5/5

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