Resenha: Ryan Adams – Ryan Adams


Com 15 discos lançados em 14 anos de carreira, o cantor Ryan Adams chamou a atenção de algumas pessoas ao soltar dois discos quase simultaneamente – um de punk e esse que leva seu nome. Depois de sair dos Cardinals, sua antiga banda, ele retoma a carreira solo depois de três anos.

"Gimme Something Good" começa com aquela guitarra distorcida ao fundo, aquela letra um tantinho manjada e aquela melodia sonolenta. Não é à toa que foi a escolhida para ser o primeiro single do disco. Aí vem a armadilha: você pensa que o disco inteiro será assim, mas não. E aí vem... "Kim", exatamente no mesmo estilo e completamente sem graça.

A linha de baixo ganha destaque na boa "Trouble" ao mostrar que uma boa letra e uma boa melodia ainda podem fazer uma boa canção. "Am I Safe" tem tudo que uma faixa tem para fazer sucesso: vocais de apoio no momento certo e violão são alguns deles. Mas incomoda do fato de ser tão óbvia, mas tão óbvia, que você sabe o exato momento das viradas ao ouvir pela primeira vez.

Faltava só uma canção acústica para completar o bolo, e ela aparece em "My Wrecking Ball", típica faixa que funcionará muito bem ao vivo em um lugar para, no máximo, mil pessoas. A guitarra distorcida volta na fraca "Stay with Me", que poderia ficar fora do disco que ninguém ligaria. Ryan Adams consegue fazer uma canção boa e ruim no mesmo estilo. Um exemplo disso é bela "Shadows", que usa os mesmos elementos das anteriores, mas é mais sóbria e sem pretensão de soar o que não é. O resultado é uma canção delicada e muito boa.

Quando optou pelo simples, Adams conseguiu fazer duas canções boas seguidas. "Feels Like Fire" não tem muitos elementos, é só violão, voz, bateria e baixo, basicamente, e funciona muito bem. Porém a monotonia volta em "I Just Might" por parecer que falta alguma coisa mais forte, mas explosão no refrão, mais pesado. A leveza retorna na boa "Tired of Giving Up". Quem também retorna é o violão na mediana "Let Go".

Não vá achando que esse disco do Ryan Adams é espetacular porque não é. Em algumas partes, é muito óbvio. Tão óbvio que a ansiedade de pular para a próxima faixa toma conta do cérebro. À medida que o trabalho avança, dá pinta de que vai melhorar, mas é muito pouco pela expectativa criada pelo lançamento desse álbum. Tão pouco, que só duas canções se salvam.

Tracklist:

1 - "Gimme Something Good"
2 - "Kim"
3 - "Trouble"
4 - "Am I Safe"
5 - "My Wrecking Ball"
6 - "Stay with Me"
7 - "Shadows"
8 - "Feels Like Fire"
9 - "I Just Might"
10 - "Tired of Giving Up"
11 - "Let Go"

Nota: 1,5/5



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