Grupo vem crescendo na cena nacional
De Goiânia, o Carne Doce vem ganhando os corações de fãs e os palcos dos festivais pelo país. É difícil não ver a banda nos eventos independentes ou abrindo alguns conhecidos. Pela expectativa, Princesa chega como o disco esperado para funcionar como um Moisés no Mar Vermelho: abrindo os caminhos para coisas maiores e melhores.
A bonita "Cetapensâno" abre o disco de maneira leve e descompromissada, enquanto "Princesa" tem um tom mais melancólico e traça um perfil interessante de quem deseja ter a princesa em questão. Duas canções diferentes mostram como a banda começa bem ao transitar em dois mundos opostos, mas complementares. E soando um forró, "Sereno" mantém o bom nível do trabalho.
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Quem tem imenso destaque ao longo do disco é o ótimo vocal de Salma Jô, que domina completamente a faixa "Sombra". E a atuação só melhora nas delicadas "Amiga" e "Eu Te Odeio", de melodias suaves e letras beirando a autobiografia. A experimental "Carne Lab" soa mesmo como um laboratório, um momento de testar e provar todo tipo de som. Para quem gosta disso, é uma delícia acompanhar como a canção muda a partir da segunda metade e vira outra coisa – uma coisa ótima.
A melodia bem construída de "O Pai" traz bonitas palavras a partir da ótica da filha sobre o pai. Também experimentais, "Artemísia" e "Falo" (essa com tom bem feminista) encaminham para o final do álbum, com animada e dançante "Açaí".
O Carne Doce conseguiu fazer um disco de ótima qualidade do início ao fim. Mesmo de longa duração, com quase uma hora, há pouca coisa para reclamar e muita para comemorar. Um ótimo trabalho de uma ótima banda.
Tracklist:
1 - "Cetapensâno"
2 - "Princesa"
3 - "Sereno"
4 - "Sombra"
5 - "Amiga"
6 - "Eu Te Odeio"
7 - "Carne Lab"
8 - "O Pai"
9 - "Artemísia"
10 - "Falo"
11 - "Açaí"
Nota: 4/5
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