Resenha: Graham Nash – This Path Tonight


Cantor retorna com primeiro disco em 14 anos

Muita gente fica longos períodos sem lançar um trabalho inédito, mas 14 anos sem nada novo é algo absurdo, certo? Não para quem tem a história de Graham Nash, membro do trio Crosby, Stills & Nash que chegou a ser quarteto com a entrada de Neil Young logo depois. This Path Tonight é apenas o sexto disco de estúdio da carreira solo do cantor, o primeiro desde 2002.

A faixa-título abre o disco da maneira que Nash adora gravar suas canções: um vocal muito presente e identificável nos primeiros segundos, aliado com uma boa estrutura na simples melodia para acompanhá-lo. Ele trabalha assim desde os tempos de Hollies, banda que o levou ao estrelato. O trabalho segue suave na canção seguinte, "Myself at Last", uma bonita letra sobre o passado – o solo de gaita é muito tocante.

Estruturalmente, pouco se ganha ao longo da audição, porque o tipo de letra e melodia são, basicamente, os mesmos. Como em "Cracks in the City", quase uma continuação da anterior. Também simples, "Beneath the Waves" e "Fire Down Below" são diferenciadas pela presença mais vocal de Nash com apoio e da duplicação de sua própria voz.

"Another Broken Heart" é aquele tipo de música com imenso potencial para fazer sucesso nas apresentações por ter um refrão fácil de cantar. Misturando bem a influência do folk e de seu próprio estilo, o cantor entrega uma boa canção mais uma vez, mas nenhuma supera a sensibilidade, a clareza e a beleza de "Target" – Nash parece cantar do fundo da alma.

A romântica "Golden Days" traz uma letra reflexiva e bem melancólica, já "Back Home" é outra paulada emocional em qualquer coração mais sensível. E o trabalho encerra com "Encore", um bonito final para o ótimo retorno de Graham Nash aos discos inéditos. Ele tem uma sensibilidade como poucos para fazer esse tipo de álbum, gravado pouco depois de ter seu casamento de 38 anos terminar em uma separação traumática.

Tracklist:

1 - "This Path Tonight"
2 - "Myself at Last"
3 - "Cracks in the City"
4 - "Beneath the Waves"
5 - "Fire Down Below"
6 - "Another Broken Heart"
7 - "Target"
8 - "Golden Days"
9 - "Back Home"
10 - "Encore"

Nota: 3,5/5



Veja também:
Resenha: Radiohead – A Moon Shaped Pool
Resenha: Ben Harper and The Innocent Criminals - Call It What It Is
Resenha: Brian Eno – The Ship
Resenha: Willie Nelson - Summertime: Willie Nelson Sings Gershwin
Resenha: Explosions in the Sky – The Wilderness
Resenha: Anthony Hamilton - What I'm Feelin'
Resenha: Parquet Courts – Human Performance

Esse post foi um oferecimento de Felipe Portes, o primeiro patrão do blog. Contribua, participe do nosso Patreon.

Gostou do conteúdo? Compartilhe nas redes sociais! Isso ajuda pra caramba o blog a crescer e ter a chance de produzir mais coisas bacanas.

Siga o autor no Twitter