Resenha: Omar Souleyman – Bahdeni Nami


É difícil saber quando e como Omar Souleyman conquistou tanta gente em tão pouco tempo. De cantor de festa, ele parou no renomado festival Glastonbury e sua carreira só subiu nos últimos anos, principalmente com o sucesso feito entre os hipsters ingleses. Nascido na Síria, o cantor tinha apenas um disco gravado até colocar no mercado Bahdeni Nami na última semana.

Não é difícil de entender o sucesso de Souleyman. Primeiro, o oriente ainda exerce certo fascínio no oriente por ser diferente, nos costumes, na educação e em vários outros fatores; segundo, a música do oriente tem chamado muito atenção de muita gente, inclusive minha, por fugir muito do que acontece nos grandes centros. Por exemplo, encontrar alguma coisa próximo do feito em "Mawal Menzal" é quase impossível por essas bandas. E olha que não está nem perto do melhor feito naquela parte do mundo.

Curta, a faixa introdutória serve para ir acostumando o ouvinte ao que vai encontrar pela frente ao longo dos pouco mais de 45 minutos de audição de, na maioria, de canções que ultrapassam os sete minutos – beirando quase dez em uma. O disco começa à vera na segunda canção. E "Bahdeni Nami" promove a mescla com a música eletrônica, com participação de Four Tet, uma mistura cada vez mais ouvida e vista entre os dois gêneros, e isso gera músicas dançantes e conseguem aliar dois mundos diferentes.

O produtor e apresentador de rádio Gilles Peterson participou do álbum como colaborador em "Tawwalt El Gheba", em que é possível ouvir um Souleyman mais próximo de suas raízes musicais e de sua tradição, principalmente na longa parte instrumental na segunda metade. O duo alemão Modeselektor, formado por Gernot Bronsert e Sebastian Szary, ajuda o cantor sírio na quarta canção do disco, "Leil El Bareh", em mais um momento que conta com música eletrônica. Nesse caso, não acrescentou muita coisa, mas dizem por aí que o importante é participar, né?

Assim como a primeira, "Darb El Hawa" não tem nenhum colaborador externo, apenas Souleyman e um boa suíte instrumental dançante típica da música oriental. E para encerrar, "Enssa El Aatab" serve para colocar o pessoal para dançar mais uma vez, mostrando que Omar Souleyman, ao que parece, veio para ficar mesmo. Se ele não tocará na rádio mais próxima de você, ao menos ele pode servir de introdução a um tipo de música muito rica culturalmente.

Tracklist:

1 - "Mawal Menzal"
2 - "Bahdeni Nami" (feat. Four Tet)
3 - "Tawwalt El Gheba" (feat. Gilles Peterson)
4 - "Leil El Bareh" (feat. Modeselektor)
5 - "Darb El Hawa"
6 - "Enssa El Aatab" (feat. Modeselektor)

Nota: 3,5/5


Veja também:
Resenha: Shaun Martin – 7 Summers
Resenha: The Chemical Brothers – Born in the Echoes
Resenha: Anika Moa – Queen at the Table
Resenha: Tearjerker – Stay Wild
Resenha: Wand – Golem
Resenha: Wilco – Star Wars
Resenha: Walt Weiskopf – Open Road