Resenha: Wilco – Star Wars


Nos tempos atuais, em que músicos fundam serviços de streaming e cobram cada vez mais caro em turnês internacionais, não deixa de ser uma surpresa ver o Wilco disponibilizar um disco inteiramente de graça para download em seu site oficial. Não foi difícil ver as reações, principalmente pelo nome e pela capa – uma das franquias mais famosas do mundo, que lança filme novo neste ano, aliado com a imagem de um gato.

A banda mesmo já avisou que não é qualquer um que pode fazer isso, mas é um alento ver alguém desse porte e carisma fazendo esse tipo de coisa. Star Wars é o nono trabalho em estúdio deles, sucedendo The Whole Love, de 2011. Recheada de riffs e guitarras e violões altos, "EKG" abre o álbum de maneira instrumental. De início, parece uma zona sonora, mas vai aumentando até ganhar corpo na metade final. É tudo tão rápido que, quando a música embala, termina abruptamente.

Soando a continuação, "More..." traz Jeff Tweedy em forma em uma canção que não traz muita coisa, porém, inegavelmente, é facilmente reconhecível como um trabalho do Wilco. Entre todas as faixas, "Random Name Generator" é de maior potencial de single de sucesso e para ser cantada junto nos shows, porque tem aquele ar pop que só Tweedy consegue dar a uma letra – a melodia animada ajuda muito nesse contexto.

"The Joke Explained" não impressiona muito, apesar de ter gostado bastante da guitarra distorcida ao fundo da melodia, e a normalidade retorna na boa "You Satellite". Ao ter um momento instrumental bem longo, mostra a intenção da banda em apostar nesse tipo de música nos shows, assim como é bom ter uma balada no estilo de "Taste the Ceiling" – ainda que não seja uma música fenomenal.

Outra da série animada, "Pickled Ginger", particularmente, chama a atenção por ser rápida, rasteira e cheia de distorções. E a semiacústica "Where Do I Begin" e são mais dois momentos tranquilo em que, se não são acima da média, não comprometem o trabalho. "King of You" e "Magnetized", mais duas acústicas, fecham os pouco mais de 33 minutos de audição do álbum.

É um disco competente por parte do Wilco, isso é um fato. Mas também é fato que está longe de estar entre os melhores momentos do grupo, isso também é fato. Esse trabalho soa como aquele em que pegarão duas, no máximo três músicas, para tocar ao longo dos anos e o resto cai no esquecimento logo.

Tracklist:

1 - "EKG"
2 - "More..."
3 - "Random Name Generator"
4 - "The Joke Explained"
5 - "You Satellite"
6 - "Taste the Ceiling"
7 - "Pickled Ginger"
8 - "Where Do I Begin"
9 - "Cold Slope"
10 - "King of You"
11 - "Magnetized"

Nota: 3/5


Veja também:
Resenha: Walt Weiskopf – Open Road
Resenha: Terakaft – Alone
Resenha: Tame Impala – Currents
Resenha: Neil Young – The Monsanto Years
Resenha: Buffy Sainte-Marie – Power In The Blood
Resenha: Tom Collier - Alone In The Studio
Resenha: Bryan Bowman - Like Minds