Resenha: Ringo Starr – Postcards From Paradise


Em seus trabalhos mais recentes em estúdio, Ringo Starr optou por contar a história de sua vida. Passando pelos ótimos Liverpool 8 e Y Not, o ex-baterista dos Beatles está mais tranquilo do que nunca em sua carreira. Não tem grandes objetivos, não quer fazer discos inesquecíveis, tampouco deseja fazer nada que não queira. Aos 74 anos, Starr canta seus maiores sucessos ao lado dos amigos e mostra-se feliz no palco.

Postcards From Paradise é o 18º álbum do também cantor. E começa com "Rory and the Hurricanes", uma parceria com Dave A. Stewart, vocalista do Eurythmics. Aliás, Ringo afirmou que esse é o trabalho mais caseiro de sua vida – literalmente, quem foi o visitar durante as gravações acabou entrando em estúdio e dando uma força. Assim como a grande parte das canções que ele lançou em mais de 50 anos de carreira, a primeira faixa é recheada de vocais de apoio, letra simples e pouca invencionice na melodia.

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A segunda canção, "You Bring the Party Down", conta com a participação de Steve Lukather, do Toto. E se a anterior tinha uma pegada mais pop à la Starr, esta usa a influência da música indiana. Detalhe para o vocal principal, que não muda nunca, não importa o ritmo. Em "Bridges", Joe Walsh, do Eagles e ex-membro da All Starr Band, aparece solando com sua guitarra em mais uma balada pop simples, mas muito eficiente.

Todd Rundgren, outro guitarrista famoso, também ajuda Ringo no álbum, justamente na faixa-título. Mais longa de todo disco e o single mais longo lançado pelo vocalista, "Postcards from Paradise" é mais lenta e cheia de referências aos Beatles e ao tempo de carreira solo de Starr, e até posso afirmar que ela é uma autobiografia musicada dele. Com Richard Marx na coautoria de "Right Side of the Road" e "Not Looking Back", o ritmo habitual é retomado com duas baladas lentas – com a segunda com um ar bem clássico.

A fraca "Bamboula" entra naquela cota de músicas ruins de refrão fácil que quase sempre estão nos discos de Ringo Starr, mas ele não abre mão delas. E, então, vem o reggae "Island in the Sun", e isso é um tanto esquisito porque não tem muito sentido essa canção estar aqui, talvez fosse melhor na voz de outra pessoa. Aqui ficou... Ruim. Ainda bem que as coisas voltam ao normal com "Touch and Go" e seu refrão grudento.

O final reserva duas canções medianas ("Confirmation" e "Let Love Lead"), mostrando um Starr querendo dar uma renovada na carreira em algumas faixas, mas, ao mesmo tempo, apostando em canções seguras em que ele aguenta bem o tranco nas apresentações. O novo disco está longe da qualidade dos melhores dele (é superior a 2012). Ainda assim, é divertido ouvi-lo.

Tracklist:

1 - "Rory and the Hurricanes"
2 - "You Bring the Party Down"
3 - "Bridges"
4 - "Postcards from Paradise"
5 - "Right Side of the Road"
6 - "Not Looking Back"
7 - "Bamboula"
8 - "Island in the Sun"
9 - "Touch and Go"
10 - "Confirmation"
11 - "Let Love Lead"

Nota: 3/5


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