Resenha: Sufjan Stevens – Carrie and Lowell


Nos últimos dez anos, Sufjan Stevens lançou três discos (Illinois, The Age of Adz e Carrie & Lowell), e é inegável que ele vem em uma grande ascensão na carreira. É o caso de um cantor que encontrou um caminho próprio – no caso, um indie folk –, seguiu e foi fazendo. E caiu neste sétimo álbum de estúdio, lançado cinco anos depois de seu último trabalho.

Para quem gosta de grupos como Decemberists ou de cantores do estilo de Tobias Jesso Jr., Sufjan Stevens segue exatamente o caminho do folk com alguma influência do country, e "Death with Dignity" é isso. A primeira faixa do disco não tem nada em excesso, apenas um violão, a voz do cantor e um vocal de apoio que nada mais é que o próprio Stevens com sua voz duplicada. Segunda canção, "Should Have Known Better" tem uma letra muito bonita, e é isso que se destaca nela como um todo, ainda com o acréscimo de uma parte instrumental mais rica.

"All of Me Wants All of You" é dessas que tem alma própria sabe? Stevens usa de muitos artifícios tecnológicos para criar um clima quase messiânico, e ele conseguiu. E se em "Drawn to the Blood" são usados os mesmos recursos da anterior, a simplicidade o indie folk raiz retorna muito bem na tocante e curta "Eugene" – é o caso se diz muito usando pouco.

É interessante quando uma canção soa como single, e essa impressão é passada pelo cantor em "Fourth of July". Ela, com seu refrão simples e melodia suave, é bem isso. Tem boas chances de render mais por aí, além de ser uma das boas desse álbum, assim como a ótima "The Only Thing", um acerto gigantesco de Sufjan Stevens em sua carreira. Fechando esse quarteto muito bom, a faixa-título traz um pouco da influência africana e do folk irlandês, uma mescla interessante de ser ouvir.

Em "John My Beloved" temos outra lição de como é possível fazer música de alto nível com muito pouco, e em "No Shade in the Shadow of the Cross" retorna o folk mais clássico em outra letra tocante e simples. No encerramento, "Blue Bucket of Gold" entrega algo mais para reflexão, algo que você precisa pensar, algo que fará você parar por mais que um instante para refletir.

A mescla de ritmos e gêneros de Sufjan Stevens neste novo álbum é ótima. Com delicadeza e muito bom gosto, ele conseguiu unir o melhor de vários mundos em um disco sólido e bonito para ser apreciado, não apenas ouvido no ônibus enquanto retorna para cada após um dia exaustivo de trabalho. É para ser ouvido com calma e tranquilidade

Tracklist:

1 - "Death with Dignity"
2 - "Should Have Known Better"
3 - "All of Me Wants All of You"
4 - "Drawn to the Blood"
5 - "Eugene"
6 - "Fourth of July"
7 - "The Only Thing"
8 - "Carrie & Lowell"
9 - "John My Beloved"
10 - "No Shade in the Shadow of the Cross"
11 - "Blue Bucket of Gold"

Nota: 4,5/5


Veja também:
Resenha: Robben Ford – Into The Sun
Resenha: Selah Sue – Reason
Resenha: Altan – The Widening Gyre
Resenha: Niyaz – The Fourth Light
Resenha: The Mavericks – Mono
Resenha: The Cribs – For All My Sisters
Resenha: Marcus Miller - Afrodeezia

Siga o blog no Twitter, Facebook, Instagram, no G+, no no Tumblr e no YouTube

Gostou do conteúdo? Compartilhe nas redes sociais!