Resenha: Paulo César Pinheiro - Letra e Alma, de Cleisson Vidal e Andrea Prates

Foto: Divulgação

Filme está presente na programação da 26ª edição do festival É Tudo Verdade, que acontece entre os dias 8 e 18 de abril

Não tem como ler ou assistir qualquer coisa sobre a história da música brasileira que não tenha nada ou não cite diretamente Paulo César Pinheiro, um dos melhores compositores que já passaram por essas bandas. Parceiro de Baden Powell, Tom Jobim e Edu Lobo, ele teve músicas gravadas por Elis Regina, Clara Nunes, Maria Bethânia, entre outros. Enfim, um gênio.

De Cleisson Vidal e Andrea Prates, "Paulo César Pinheiro - Letra e Alma" parte da ideia do compositor contar a própria história, da infância com a avó índia, do momento em que descobriu que escrever era algo libertador, o início da carreira na música até o estrelato, quando conseguiu trabalhar com tipos diferentes de cantores, cantoras, bandas e parceiros de composição. Não existe nenhum contraponto ao que é dito, que fique claro. É um Paulo César Pinheiro por ele mesmo. E ele é um homem cheio de história para contar, então é delicioso ouvi-lo falar. Faria isso por horas.

Veja também:
Resenha: Wim Wenders - Desperado, de Eric Friedler e Campino
Resenha: Jair Rodrigues - Deixa que Digam, de Rubens Rewald
Resenha: Os Quatro Paralamas, de Roberto Berliner e Paschoal Samora
Festival: In-Edit Brasil 2020

Gostou do post? Compartilhe nas redes sociais e indique o blog aos amigos!

Estou no Twitter e assine o canal no YouTube. Compre livros na Amazon e fortaleça o trabalho do blog!

Um dos méritos do documentário é mesclar imagens de arquivo com os depoimentos do personagem principal. Isso tira o peso de ser apenas uma pessoa falando e ajuda a não deixar o material maçante, algo muito importante para um documentário do tipo. E tudo é ainda mais rico quando vemos as músicas compostas por ele em ação por grandes nomes da música brasileira.

Em pouco menos de 90 minutos, dois assuntos importantes são destaques. O primeiro é a relação dele com a ditadura. Péssima, claro. O segundo é a relação dele com Clara Nunes, com quem foi casado por oito anos, e como essa relação foi fundamental para a composição de "Portela na Avenida", uma das músicas mais importantes da carreira da cantora e um símbolo do carnaval do Rio de Janeiro.

De maneira geral, a não ser pelo deslize na parte final quando a infância e a parte religiosa é abordada de maneira um pouco mais lúdica pela edição e não combina com o resto do trabalho, "Paulo César Pinheiro - Letra e Alma" é um bom retrato de alguém que fez parte de um período muito fértil da música brasileira. Como testemunha e membro atuante da história, Paulo César Pinheiro merecia um documentário do tipo. E uma biografia. E uma série-documental. E muito mais.

Avaliação: bom

Continue no blog:

Comentários