Resenha Smashing Pumpkins - Cyr


Quando se é jovem, o tempo é algo muito relativo. Dormir apenas de manhã e acordar apenas às 16h de sábado parece uma vida muito razoável nesse período da vida em que o céu é o limite. Mas envelhecer faz parte do processo e um dos fatos mais determinantes disso é quando as bandas que conhecemos nessa idade começam a ser chamadas de clássicas. É o caso do Smashing Pumpkins, que celebrou recentemente os 25 anos de "Mellon Collie and the Infinite Sadness", um dos álbuns clássicos dos anos 1990.

É bom lembrar também que o Smashing Pumpkins é uma das bandas mais confusas do mundo. Primeiro fez sucesso, daí acabou, daí retornou apenas com Billy Corgan e músicos contratados em alguns álbuns e, nesse momento, conta com 3/4 da formação original -- James Iha e Jimmy Chamberlin; D'arcy Wretzky foi completamente limada de qualquer coisa e troca acusações com Corgan através da imprensa.

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Corgan virou o dono da banda e faz o que bem entende, então não surpreende essas tomadas de decisão de acordo com a conveniência dele. Essas idas e vindas transformaram a discografia em um monstrengo cheio de emendas e pouco agradável aos ouvidos. A nova tentativa de conseguir algo está em "Cyr", 11º álbum de estúdio, disponibilizado recentemente em diversos formatos.

O novo disco é aquela tentativa de retorno às raízes, um passo que soa desesperado, principalmente para quem vai perdendo relevância ao longo dos anos. E não começa mal, ao contrário. "The Colour of Love", "Confessions of a Dopamine Addict" e a faixa-título geram curiosidade para seguir e saber o que mais vem por aí. Até a metade, seria um trabalho agradável. Não seria genial, mas soaria como um sinal de que a banda busca construir um bom repertório em boas escolhas.

Mas não, Corgan precisa deixar seu lago ególatra entrar em ação para lançar um disco com 20 canções e mais de uma hora de duração. O resto soa como uma tentativa frustrada de resgatar uma juventude e um espírito que o próprio Corgan deixou morrer quando transformou a banda em um mero instrumento de suas necessidades pessoais acima de qualquer opção artística.

"Cyr" é outro golpe na já combalida discografia do Smashing Pumpkins, que parece estar cada dia mais perdido sobre o que deseja da vida. Uma hora ousa, outra hora quer fazer o que o levou ao sucesso. Essa irregularidade só mancha a história de uma das melhores bandas que os anos 1990 ouviu.

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Tracklist:

1 - "The Colour of Love"
2 - "Confessions of a Dopamine Addict"
3 - "Cyr"
4 - "Dulcet in E"
5 - "Wrath"
6 - "Ramona"
7 - "Anno Satana"
8 - "Birch Grove"
9 - "Wyttch"
10 - "Starrcraft"
11 - "Purple Blood"
12 - "Save Your Tears"
13 - "Telegenix"
14 - "Black Forest, Black Hills"
15 - "Adrennalynne"
16 - "Haunted"
17 - "The Hidden Sun"
18 - "Schaudenfreud"
19 - "Tyger, Tyger"
20 - "Minerva"

Avaliação: ruim

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