Resenha: AC/DC - Power Up


Quem em 2020 apostaria que o AC/DC estaria mais vivo do que nunca? A perda de Malcolm Young, uma espécie de Poderoso Chefão da banda, foi um baque tremendo na estrutura formada há quase 50 anos por ele a custa de muito trabalho, resultando em uma das grandes bandas desse período. Sem o guitarrista e irmão mais velho, restou a Angus Young, a imagem perfeita para vendê-los, assumir o posto de líder.

Angus também precisou enfrentar o fato de não saber se haveria um vocalista para a banda, afinal o vocalista Brian Johnson enfrenta problemas com a surdez nos ouvidos e o baterista Phil Rudd se encrencou com a polícia. Por esses e outros motivos, a existência do AC/DC foi bastante ameaçada entre 2015 e 2018. Mas as coisas acalmaram, a lembrança do legado de Malcolm ocupou o lugar da tristeza e um novo álbum foi anunciado. "Power Up" é o 17.º trabalho de estúdio da banda australiana, o primeiro desde "Rock or Bust" (2014).

Veja também:
Resenha: Public Enemy - What You Gonna Do When the Grid Goes Down?
Duas resenhas: Future Islands e Travis
Duas resenhas: Tiña e Ólafur Arnalds
Resenha: Mr. Bungle - The Raging Wrath of the Easter Bunny Demo
Resenha: Elvis Costello - Hey Clockface
Resenha: Kevin Morby - Sundowner

E, não, não adianta cobrar mudanças significativas no AC/DC hoje ou daqui a 100 anos. A fórmula em ter uma "cozinha" competente, com guitarra base, bateria e baixo, aliada com a potência dos solos de Angus Young e o vocal de Brian Johnson funciona, então para que mudar? De ""Realize" até "Code Red", são pouco mais de 40 minutos em que o AC/DC é mais ele mesmo do que nunca e um bom exemplo disso é a grudenta e empolgante "Shot in the Dark", primeiro single do trabalho, e "Wild Reputation", essa com Johnson apresentando um vocal bem inspirado.

São mais de 40 anos de atividade e a consolidação veio a custo de muito trabalho duro, então acabar com isso seria um golpe muito duro para Angus Young e para os fãs fiéis. "Power Up" é como qualquer outro álbum, mas aqui existe um componente de homenagem a Malcolm que nunca será esquecido. Lançar um trabalho sem ele é estranho, porém seria ainda mais se não existisse mais banda quando Angus parece estar pronto para preencher esse lugar.

Longe de acabar, o AC/DC merece muito uma nova turnê mundial para termos a oportunidade de ver, ou rever, a banda em um estádio mais uma vez. "Power Up" parece ter sido desenhado para compor um show grandioso, cheio de momentos pirotécnicos e dos mais animados. E é exatamente isso que as pessoas vão precisar quando a pandemia passar e a volta ao normal, ou seja lá o que isso for, ser novamente a regra do mundo.

Agradecer por esse disco é quase obrigação, porque o AC/DC mostra estar mais vivo do que nunca. E isso, sim, é uma ótima notícia.

Estou no Twitter e no Facebook e assine o canal no YouTube. Compre livros na Amazon e fortaleça o trabalho do blog!

Tracklist:

1 - "Realize"
2 - "Rejection"
3 - "Shot in the Dark"
4 - "Through the Mists of Time"
5 - "Kick You When You're Down"
6 - "Witch's Spell"
7 - "Demon Fire"
8 - "Wild Reputation"
9 - "No Man's Land"
10 - "Systems Down"
11 - "Money Shot"
12 - "Code Red"

Avaliação: muito bom

Continue no blog:

Gostou do post? Compartilhe nas redes sociais e indique o blog aos amigos!

Comentários