Desde 1987 que uma parceria não leva o prêmio em Melhor Trilha Sonora
Muitos nomes importantes levaram a estatueta em Melhor Trilha Sonora no Oscar nos últimos anos. De Ennio Morricone a John Williams, todos foram consagrados por seus trabalhos em filmes marcantes. Mas os prêmios individuais poucas duplas levaram o prêmio na categoria. Nos últimos 30 anos, apenas o trabalho de Ryuichi Sakamoto, David Byrne e Cong Su por O Último Imperador (1987) e Trent Reznor e Atticus Ross por A Rede Social (2010) levaram.
Pois quem pode acabar com esse jejum é a dupla Hauschka (nome: Volker Bertelmann) e Dustin O'Halloran. Amigos de longa data, eles compuseram a trilha de Lion – Uma Jornada para Casa, o primeiro trabalho da parceria. O início das composições foi bem peculiar por motivos geográficos: um mora na Alemanha, outro nos Estados Unidos. Então, cada um começou o projeto do seu jeito em seus estúdios particulares.
"Diferente da maioria dos outros compositores, nós usamos nossos estúdios como uma espécie de instrumento também. Muito do que fazemos é também como ficamos íntimos de cada gravação. Por isso, queríamos estar em nossos próprios espaços, onde estamos confortáveis, para começar do básico", disse O'Halloran, ao site 'The Young Folks', em entrevista em outubro de 2016.
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"Nós ficamos trocando material até Volker aparecer em Los Angeles. Nós trabalhamos em meu estúdio por aproximadamente um mês, mas, antes, trabalhamos por conta própria uns 30 dias. Então, tínhamos muito material [quando nos encontramos]. Nós nos reunimos e começamos a reconstruir tudo e foi assim que começamos a trabalhar mais perto de Garth [Davis, diretor de Lion] em como entender o filme e suas nuances", completou.
Na mesma entrevista, Hauschka não só concorda com o amigo, mas afirma que, muito mais do que o trabalho em si, estar em uma parceria é focar no resultado final sem pensar no individual. "É muito importante que você comece com suas próprias forças sem qualquer perturbação. Quando você começa imediatamente juntos, às vezes, você não tem o silêncio e o tempo para se concentrar no que você deseja expressar. Foi muito importante encontrar nosso próprio ritmo, pegar o material que tínhamos, juntá-lo e tomar uma decisão juntos pensando 'isso funciona muito bem, isso não funciona'", contou.
"Mais importante, e realmente uma parte muito agradável de trabalhar juntos, era que nós éramos bastante honestos sobre o que estava funcionando - não havia ego acima do trabalho. Nós realmente pensamos no todo", resumiu.
A dupla também falou sobre o processo de composição da trilha. Sabendo que era uma história real, eles decidiram não carregar a mão nos momentos mais tocantes e decidiram respeitar a história do filme para tentar criar algo único. "O desafio foi conseguir a música certa no momento certo, e isso levou muito tempo. Conseguir transmitir essas emoções sutis, às vezes, é apenas sobre como conseguir o som certo no momento certo", disse O'Halloran, ao site 'Score It', no início deste ano.
"Nós quase choramos quando assistimos ao filme pela primeira vez, porque era tão tocante. A única coisa que não queríamos fazer era diminuir a atuação com uma enorme orquestra e elementos sentimentais. Nós quisemos pôr uma cor muito macia em toda emoção do filme", falou Hauschka.
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