Oscar 2017: Justin Hurwitz, o novato favorito


Parceria de quase dez anos com Damien Chazelle rendeu primeira indicação em Trilha Sonora

A vida da dupla formada pelo diretor Damien Chazelle e pelo compositor Justin Hurwitz mudou drasticamente quando o filme Whiplash (2014) fez um sucesso inesperado. O longa colocou a dupla em evidência no mundo do cinema, porque é muito difícil combinar música com cenas tão impactantes. Aliás, Chazelle é um dos raros casos de saber usar a música como base para seus filmes. E tudo isso acontece com ajuda do compositor Justin Hurwitz, parceiro em todos os três filmes lançados até este momento.

Mais uma vez, eles estão em evidência com o sucesso de La La Land – Cantando Estações. O musical vem sido muito elogiado por público e boa parte da crítica, além de estar em alta por ter recebido 14 indicações ao Oscar – empatado com A Malvada (1950) e Titanic (1998) na história da premiação (sendo uma por Melhor Trilha Sonora e duas em Melhor Canção). A amizade entre os dois começou na faculdade, quando eles lançaram um musical de baixo orçamento chamado Guy and Madeline on a Park Bench (2009). Dessa ideia, surgiu o início do que viria a ser a história protagonizada por Ryan Gosling e Emma Stone.

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A recompensa vem com trabalho duro, segundo falam alguns. E Hurwitz sabe muito bem é. "Foram dois anos e meio de trabalho contínuo para fazer a trilha de La La Land, indo para a cama altas horas da noite", disse ele, em entrevista ao jornal 'L.A. Times', no início desta semana. "Foram mais de 1.900 demos no piano, orquestrando cada nota eu mesmo, sendo quantidade inacreditável de trabalho e uma incrível quantidade de paixão. Eu tinha que estar assim para acompanhar o processo. Cheguei a ficar doente porque não estava dormindo o suficiente", completou.

Ele começou a tocar piano aos seis anos, mas pensou em largar por odiar as aulas e por ver os amigos se divertindo fazendo esportes. Obviamente, Hurwitz não abandonou as aulas e, agora, constrói um carreira de sucesso em um meio que sofre um processo de renovação com o surgimento de novos nomes nas trilhas. A formação de pianista clássico foi fundamental para seu amadurecimento no trabalho no cinema.

"Cresci como pianista clássico, mas percebi o quanto outros músicos eram melhores do que eu, e isso era desmoralizante, mas mantive o foco porque sabia que eu era melhor na música do que em qualquer outra coisa que poderia ter feito", contou ele ao site 'Film Music Magazine', em 2014, quando colhia os frutos pelo sucesso de Whiplash.

No fim de tudo, o que move a continuidade dessa parceria de sucesso é a paixão de ambos pelo que fazem. Se Chazelle adora usar a música como elemento fundamental de seus trabalhos, Hurwitz adora compor canções que ajudam o espectador a compreender o que passa na tela.

"É um sonho para um compositor criar músicas que podem ajudar a resolver uma história. Ser capaz de compor canções narrativas e emocionais é o tipo mais satisfatório de composição (...). Foi um sonho para mim compor e orquestrar essa sequência [final de La La Land] que fez muito pela história, emocionalmente falando", falou o compositor ao site 'PopMatters'.

Os vencedores do Oscar serão divulgados no dia 26 de fevereiro.

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