Resenha: a-ha – Cast In Steel


Ressuscitar depois de encerrar as atividades é sempre um perigo. Além da desconfiança inicial de que algum membro da banda está com a conta de luz atrasada, há uma questão muito simples: se voltaram, por que pararam? Esse é o caso do a-ha, que fez uma turnê de despedida em 2011, mas anunciou o retorno para tocar no Rock in Rio deste ano. E o que seria apenas uma apresentação, virou uma extensa turnê que só terminará na Noruega em 1º de maio de 2016.

Voltar com as atividades do grupo não foi o suficiente, eles ainda lançaram um disco novo, chamado Cast In Steel – décimo álbum de estúdio. A faixa-título abre o trabalho com uma batida e letra simples em uma balada bem pegajosa e que cola no ouvido por alguns dias. E o álbum nem começa direito e já tem aquele canção épica, no caso "Under the Makeup" cumpre esse papel com tudo que tem direito (piano, batida automatizada e letra melosa inclusos). Aqui, o a-ha não nega que é uma banda pop dos anos 1980, só que, agora, com mais tecnologia a seu favor.

Das iniciais, "The Wake” é a que mais me cativou, principalmente por ser, inegavelmente, pop. Já "Forest Fire" apresenta aquela pegada oitentista recheada de teclados, uma guitarra de leve acompanhando e um vocal de apoio exercendo parte fundamental para ajudar o vocalista. O a-ha mostra toda sua capacidade de escrever um hit na boa "Objects in the Mirror", momento do disco em que a banda me soou mais afinada e pronta para, enfim, dar o que o público deseja.

A balada eletrônica retorna na mediana "Door Ajar", enquanto "Living at the End of the World" é outra de tons épicos, mas essa agrada porque tudo é tão bem encaixado e bem feito, que é difícil não gostar dela. "Mythomania" e "She's Humming a Tune" não são aquelas músicas espetaculares, sendo a primeira ainda soando como a que entrou para fechar o disco.

"Shadow Endeavors" consegue cumprir bem seu papel de música eletrônica de refrão fácil de decorar e batida repetitiva. O trabalho encerra nas medianas "Giving Up the Ghost" e "Goodbye Thompson". Não dá para falar que o A-Ha é uma banda ruim, muito pelo contrário. Mas não dá para falar que Cast In Steel é um disco bom, porque não é. Tirando as boas exceções, soa um álbum preguiçoso, sem graça e repetitivo em alguns momentos. Se fosse um EP de quatro ou cinco músicas seria melhor do que isso aqui, um disco abaixo do mediano.

Tracklist:

1 - "Cast in Steel"
2 - "Under the Makeup"
3 - "The Wake"
4 - "Forest Fire"
5 - "Objects in the Mirror"
6 - "Door Ajar"
7 - "Living at the End of the World"
8 - "Mythomania"
9 - "She's Humming a Tune"
10 - "Shadow Endeavors"
11 - "Giving Up the Ghost"
12 - "Goodbye Thompson"

Nota: 2/5



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