Resenha: Selah Sue – Reason


Selah Sue foi uma das ótimas surpresas na última edição do Rock in Rio, quando abriu os trabalhos no Palco Sunset e foi muito elogiada – inclusive por mim. Como não conhecia o trabalho dela, ver alguém tão jovem já se impondo no palco daquela maneira e com apenas um disco lançado me deu uma ponta de fé de que uma boa cantora estava surgindo entre a morte de Amy Winehouse e o sucesso de Adele.

Depois de um álbum com seu nome, a cantora colocou no mercado recentemente Reason. E ele começa com "Alone", com uma esquisita pegada à la Lorde. No caso de Sue, não ficou nada bom a base pré-programada atrás com ela cantando. Não que ela não tenha feito isso em seu primeiro disco, mas aqui pareceu tudo muito falso e sem graça. Começar assim é mau sinal? Geralmente é. Em "I Won’t Go for More", é possível ver algo mais com a cara dela, porém ainda estranho – fica no meio do caminho entre Lorde e Joss Stone.

Quando "Reason" e "Together" entraram, automaticamente me lembrei de Duffy, outra cantora que apareceu, fez sucesso e sumiu na mesma velocidade. As faixas não dizem muita coisa, só que a base pronta está aí para ficar, pelo jeito. Depois de um início cambaleante, até que "Alive" cai bem, apesar de não ser o melhor momento dela, enquanto "The Light" é um reggae eletrônico (?) muito desanimador.

Apesar de usar a mesma fórmula que permeia boa parte do álbum, Sue acertou bem em "Fear Nothing". O refrão grudento e o tom épico devem render um bom single mais à frente, e "Daddy" é outra que até que é boa, apesar de algumas ressalvas com o estilo meio Lana del Rey. O mesmo vale para "Sadness", com o adendo de soar mais natural e menos forçada do que as anteriores – o que não deixa de ser um alento, para falar a verdade.

A sequência final do disco traz uma mistura de soul com eletrônico ("Feel"), uma boa letra estragada por uma batida ruim ("Right Where I Want You"), uma bela faixa acústica ("Always Home") e outra decepcionante, para falar o mínimo ("Falling Out").

É o caso clássico de quem quer fazer de tudo um pouco logo no segundo disco e se perde. Uma cantora com tanto talento se deixar levar por fórmulas prontas – e ruins. Que ela volte melhor e mais madura em seu próximo trabalho, e pare de fazer esse tipo de som que não vale a pena.

Tracklist:

1 - "Alone"
2 - "I Won’t Go for More"
3 - "Reason"
4 - "Together" (feat. Childish Gambino)
5 - "Alive"
6 - "The Light"
7 - "Fear Nothing"
8 - "Daddy"
9 - "Sadness"
10 - "Feel"
11 - "Right Where I Want You"
12 - "Always Home"
13 - "Falling Out"

Nota: 1,5/5


Veja também:
Resenha: Altan – The Widening Gyre
Resenha: Niyaz – The Fourth Light
Resenha: The Mavericks – Mono
Resenha: The Cribs – For All My Sisters
Resenha: Marcus Miller - Afrodeezia
Resenha: Laura Marling – Short Movie
Resenha: Solefald - World Metal. Kosmopolis Sud

Siga o blog no Twitter, Facebook, Instagram, no G+, no no Tumblr e no YouTube

Gostou do conteúdo? Compartilhe nas redes sociais!