Resenha: Blur – The Magic Whip


O retorno do Blur foi comemorado por milhares de pessoas pelo mundo, confirmando a extrema popularidade da banda fora da Inglaterra. E a trupe liderada por Damon Albarn chama toda atenção para si no meio de vários retornos nos últimos meses. Além disso, The Magic Whip foi fundamental para reaproximação de Albarn e Graham Coxon, brigados desde a época de Think Tank, de 2003, então último álbum gravado por eles.

Começando com "Lonesome Street", o oitavo disco de estúdio da banda começa com um ritmo dançante logo de cara, além de uma letra bonitinha – muito a cara do Blur fazer isso – e um refrão feito para ser decorado rapidamente, mostrando que eles ainda estão afiados em fazer bons singles. Segunda canção, "New World Towers" tem muito do disco solo de Albarn, lançado ano passado, por ser cheia de referências aos ritmos africanos.

A guitarra alta de "Go Out" disfarça bem a pegada pop da melodia de uma das letras mais legais do Blur em sua discografia, um tanto diferente de "Ice Cream Man", em que apenas espero que o personagem título vire action figure comercializável porque, certamente, vou comprar. E "Thought I Was a Spaceman" é outra que poderia ter entrado na discografia de Damon Albarn por não fugir das características de seu disco de estreia, reforçado pela mistura com música eletrônica.

O punk dançante (?) de "I Broadcast" coloca o tom de diversão que a discografia do Blur tem, além de parecer ser a hora em que eles darão ao público um momento para pular e se divertir ao máximo nos shows, e o ritmo lento retorna em "My Terracotta Heart", uma balada romântica cheia de efeitos interessantes e uma tocada bem leve. Falando do mundo hoje e das questões enfrentadas por todos nós, "There Are Too Many of Us" tem um belo arranjo de cordas e uma letra feita para pensar (There are too many of us/ That's plain to see/ We all believe in praying/ For our immortality/ We've posed these questions to our children/ Across the mountain stream/ And live in tiny houses/ Of the same mistakes we've made).

"Ghost Ship" traz um uma banda suave, e isso é interessante para observar como é visível que todos estão um pouco mais leves neste ano. Se deixaram as brigas para trás? Não sei, mas não aparentam guardar mágoa. Décima faixa, "Pyongyang" trata de solidão de forma lúdica, usando exemplos e uma história fictícia na boa letra. Uma animada ("Ong Ong") e uma reflexiva ("Mirrorball") encerram muito bem registro.

Me surpreendeu positivamente esse novo disco do Blur, porque um retorno em estúdio para um disco cheio é muito complicado, mas eles foram muito bem ao pegar um pouco da influência de cada carreira solo e colocar nas músicas. Não parece em quase nada com o antigo grupo, porém é maduro o suficiente para mostrar que é possível mudar e fazer algo bacana.

Tracklist:

1 - "Lonesome Street"
2 - "New World Towers"
3 - "Go Out"
4 - "Ice Cream Man"
5 - "Thought I Was a Spaceman"
6 - "I Broadcast"
7 - "My Terracotta Heart"
8 - "There Are Too Many of Us"
9 - "Ghost Ship"
10 - "Pyongyang"
11 - "Ong Ong"
12 - "Mirrorball"

Nota: 4/5


Veja também:
Resenha: Maná - Cama Incendiada
Resenha: Gang of Four – What Happens Next
Resenha: Tom Cochrane – Take It Home
Resenha: Snarky Puppy - Sylva
Resenha: The Staves – If I Was
Resenha: Alabama Shakes – Sound and Color
Resenha: Godspeed You! Black Emperor - Asunder, Sweet and Other Distress
Siga o blog no Twitter, Facebook, Instagram, no G+, no no Tumblr e no YouTube

Gostou do conteúdo? Compartilhe nas redes sociais!