Resenha: Tom Cochrane – Take It Home


Tom Cochrane é uma das lendas da música country do norte das Américas, muito conhecido com os singles "Life Is a Highway", "Human Race", "I Wish You Well" e "Lunatic Fringe". Entre seus discos solos e com o Red Rider, o cantor lançou 14 álbuns ao longo de mais de 40 anos de carreira e virou uma lenda no Canadá, sendo condecorado e homenageado diversas vezes na última década.

Até por isso, ele entrou naquele rumo da carreira em que faz o que quiser e quando quiser. Depois de nove anos sem lançar nenhum disco de inéditas, ele retorna ao mercado com Take It Home, sétimo trabalho de estúdio solo, sucessor de No Stranger. O novo registro começa com o country animado de "Can't Stay Here", uma ótima pedida para chamar a atenção do ouvinte logo de cara.

Com um estilo bem pop, "Sunday Afternoon Hang" parece tentar se aproximar do que a música country virou hoje: uma espécie de Coldplay que fala sobre a vida no Texas. Bem, mas bem passável, diferente da até que boa "Diamonds" – ela usa e abusa de alguns recursos já conhecidos da música. Assim, é melhor que a anterior. E o apelo pop retorna em "Country Girls Never Get Old" e seu momento épico bem desnecessário.

O folk country de "When The Light Starts To Fade" recupera um pouco do fôlego do álbum, um tanto perdido nas faixas anteriores. Aqui, o vocal feminino funciona muito bem como apoio. Boa mesmo é "Pink Time" enfim, um country triste sobre a vida – e como toda música no estilo deveria soar. As bonitas letra e melodia são uma combinação fatal para aqueles de coração mole.

"First Time Around" até que busca ser agitada e mais pesada com o riff de guitarra usado a exaustão ao fundo... Isso não é o bastante para ser realmente boa por parecer aquele momento em que o cantor aproveita para gritar e mostrar todo seu talento com o instrumento. A acústica "The Ones I've Known" chega em boa hora para mostrar que Cochrane ainda consegue fazer balada escutável.

Em outra das mais lentas, "Another Year" é toda no piano e até soa um pouco simplória por ser a chamada música de segurança – como um tenista que usa a bola de segurança ou o zagueiro que recua para o goleiro quando está apertado. Na sequência, mais uma balada ("A Prayer For Hope"), mas essa soa um tanto melhor que a anterior por estar mais próximo do country folk. E, por fim, "Back In The Game" encerra o disco de forma animada e até inesperada com seu refrão maravilhosamente grudento.

Irregular talvez não seja a palavra certa para descrever esse disco, porque ele só tem, no máximo, quatro músicas de alto nível. As outras variam bastante entre boas, mais ou menos ou ruins, e isso acaba fazendo a diferença. O bom é que as canções acima da média ficarão, enquanto as outras serão descartadas – só uma pena que esse álbum tão abaixo vá figurar para sempre na discografia de Tom Cochrane.

Tracklist:

1 - "Can't Stay Here"
2 - "Sunday Afternoon Hang" (Tom Cochrane e Danielle Bourjeaurd)
3 - "Diamonds"
4 - "Country Girls Never Get Old"
5 - "When The Light Starts To Fade"
6 - "Pink Time"
7 - "First Time Around"
8 - "The Ones I've Known"
9 - "Another Year"
10 - "A Prayer For Hope"
11 - "Back In The Game"

Nota: 2/5


Veja também:
Resenha: The Staves – If I Was
Resenha: Alabama Shakes – Sound and Color
Resenha: Godspeed You! Black Emperor - Asunder, Sweet and Other Distress
Resenha: Prodigy – The Day Is My Enemy
Resenha: Villagers - Darling Arithmetic
Resenha: Seasick Steve – Sonic Soul Surfer

Siga o blog no Twitter, Facebook, Instagram, no G+, no no Tumblr e no YouTube

Gostou do conteúdo? Compartilhe nas redes sociais!