Resenha: Romulo Fróes - Barulho Feio


Romulo Fróes é um dos nomes conhecidos da cena underground musical e, com cinco discos solos gravados, vem sendo apontado como um dos bons compositores de sua geração – ele também faz parte do grupo Passo Torto. Barulho Feio conta com as participações de Marcelo Cabral, Thiago França, Guilherme Held, Rodrigo Campos e Juçara Marçal.

Essa nova geração musical brasileira, basicamente fincada em São Paulo e no Rio de Janeiro, não tem medo de expor sentimentos nas letras, mas, de tão parecida, quase todos soam muito iguais. Talvez isso seja um problema nesse disco de Fróes. Esse estilo MPB com toques de samba triste pode até funcionar para alguns, mas é chato e soa pedante em alguns momentos. O disco começa com a nada impressionável "Não Há, Mas Derruba".

E assim continua, música a música, essa monotonia sem fim. "Na Minha Boca" e "Pra Comer", por exemplo, parecem ser a mesma música dividida em duas partes. Barulho Feio soa como o filho chato de 4, do Los Hermanos. Uma boa tentativa de fazer algo diferente é em "Poeira", quando apenas a voz toma conta e parece um sincero relato de alguém. Isso, sim, funciona.

Nem mesmo a tentativa de incrementar a melodia na faixa-título funciona de tão sonolenta que é. Se você ouvir essa canção, fale para seu médico cancelar o rivotril porque o efeito é igual, já em "Espera", Juçara Marçal consegue complementar bem a boa faixa. De novo, quando não houve uma tentativa de fazer algo que impressionasse, funcionou a simplicidade mais uma vez.

"Ó", "Peixinho Triste" e "Cadê" são praticamente iguais e, obviamente, sonolentas, chatas e sem a menor criatividade. Daí por diante, as canções se repetem, repetem e repetem, mostrando o primeiro de muitos exemplos de cantores que sentaram o burro na sombra e continuarão fazendo a mesma coisa para sempre.

Esses novos cantores/músicos dessa nova geração estão sendo muito saudados e elogiados por fazerem seus próprios trabalhos e não dependerem de gravadoras. Mérito indiscutível. Agora, musicalmente falando, a queda de qualidade é visível e chega a ser gritante esse conformismo com isso. Não dá mais para aguentar um banquinho, violão, letras chorosas o tempo inteiro, com um overdub ali, um efeito acolá. Tudo muito igual, muito sem graça, sem sal. Muito de “olhem o que eu fiz e como sou poético” e pouco “não está na hora de fazer outra coisa?”.

Qualquer elogio a esse disco é inexplicável.

Tracklist:

1 - "Não Há, Mas Derruba"
2 - "Na Minha Boca"
3 - "Pra Comer"
4 - "Como Um Raio"
5 - "Poeira"
6 - "Barulho Feio"
7 - "Espera"
8 - "Ó"
9 - "Peixinho Triste"
10 - "Cadê"
11 - "Se Você Me Quiser"
12 - "Noite Morta"
13 - "O Que Era Meu"
14 - "Para Ouvir Sua Voz"
15 - "A Luz Dói"

Nota: 1/5



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