Resenha: Kaada/Patton – Bacteria Cult


Mike Patton e John Erik Kaada retomam parceria após mais de uma década

Todos que acompanham a carreira de Mike Patton sabem que ele é afeito a ter e lançar três, quatro discos por ano com seus projetos paralelos ao Faith No More se sentir bem para isso. Um desses lançamentos é Bacteria Cult, novo disco do Kaada/Patton, parceria com o produtor e multi-instrumentista norueguês John Erik Kaada. É o segundo álbum de estúdio deles, o primeiro em 12 anos – Romances, de 2004, era o último.

Como era esperado, esse trabalho não tem nada a ver com qualquer coisa que Patton tenha feito em sua carreira. Ao contrário, soa muito como uma trilha sonora de um filme de terror e/ou uma peça de teatro macabra com uma bela orquestra de fundo. "Red Rainbow" tem uma bonita linha instrumental, acompanhada de perto uma linha vocal soturna e um tanto aterrorizante.

O bom ritmo segue em "Black Albino", mais parecida com uma trilha de algum faroeste, mas igualmente sombria – não me surpreenderia se essa canção estivesse em algum filme futuro de Quentin Tarantino, por exemplo. "Peste Bubónica" retoma o ritmo do início do álbum, com um tom ainda mais profundo e melancólico na melodia, dando a oportunidade ao ouvinte de prestar atenção aos mínimos detalhes da construção da música do início ao fim.

Os detalhes são importantes em "Papillon", principalmente se você tentar imaginar com um ato de início, meio e fim. Estamos no meio, e a faixa tem cara de meio mesmo ao levar o ouvinte ao processo seguir até o final. "Dispossession" tem isso ao unir-se com a anterior, soando uma grande música de mais de sete minutos dividida em duas partes.

A curta "A Burnt Out Case" soa como o último momento de felicidade do herói/heroína antes de ir para o momento decisivo, que começa na sombria e estranha "Imodium". Mais uma vez emendando uma na outra, o ouvinte nem sentirá o início de "Fountain Gasoline", essa mais profunda e cheia de detalhes que enriquecem o trabalho.

O disco é ótimo para quem gosta de música instrumental bem feita, de qualidade e experimental. As nuances, os instrumentos usados e a maneira como tudo se encaixa torna tudo belo e muito interessante para quem gosta de música e para quem deseja estudá-la.

Tracklist:

1 - "Red Rainbow"
2 - "Black Albino"
3 - "Peste Bubónica"
4 - "Papillon"
5 - "Dispossession"
6 - "A Burnt Out Case"
7 - "Imodium"
8 - "Fountain Gasoline"

Nota: 4/5



Veja também:
Resenha: PJ Harvey – The Hope Six Demolition Project
Resenha: Anoushka Shankar – Land Of Gold
Resenha: Mike and The Melvins – Three Men and A Baby
Resenha: Weezer – Weezer (The White Album)
Resenha: The Last Shadow Puppets – Everything You've Come to Expect
Resenha: Charles Bradley – Changes
Resenha: Autoramas – O Futuro dos Autoramas


Gostou do conteúdo? Compartilhe nas redes sociais! Isso ajuda pra caramba o blog a crescer e ter a chance de produzir mais coisas bacanas.